Economia experimental

Conceito de economia experimental

Economia ExperimentalA economia experimental consiste na aplicação do método experimental na abordagem às questões e problemas da economia. Para isso são realizadas experiências, em contexto laboratorial ou no terreno, para testar a validade das teorias económicas e para desenvolver novos mecanismos de resposta dos mercados e dos agentes económicos.

Apesar de ser um campo relativamente recente na ciência económica, a economia experimental tem vindo a ganhar espaço, sobretudo a partir de 2002, ano que o economista Vernon Smith recebeu o Prémio Nobel da Economia por ter defendido as experiências em laboratório como ferramentas de análise económica empírica no estudo de mecanismos alternativos de mercado. E de facto, e apesar de a economia ser considerada como uma ciência social, não existes razões evidentes para que dados económicos relevantes não possam ser obtidos através de experiências laboratoriais. As experiências em laboratório têm a vantagem de permitir um teste mais direto das hipóteses de comportamento do mercado e dos agentes económicos, resolvendo parcialmente o problema da inexistência de dados sobre diverso tipo de situações económicas.

Princípios e vantagens da economia experimental

As teorias económicas são elaboradas para explicar o comportamento dos agentes económicos e dos mercados. Essas teorias por regra em hipóteses comportamentais, para as quais as possibilidades de obtenção de evidências a partir da simples observação são muito reduzidas, o que causa dificuldades na obtenção de dados. Como consequência, os economistas optam  geralmente por avaliar as teorias com base na sua plausibilidade ou em fatores intrínsecos, como a consistência interna, ou ainda na matemática baseada sobretudo em modelos estatísticos. E é precisamente este problema que a economia experimental vem colmatar.

Além da possibilidade de testar as teorias em contexto laboratorial, outra importante vantagem oferecida pelos métodos laboratoriais são a possibilidade de replicação das experiências e o controlo sobre as mesmas. A replicabilidade permite que outros investigadores possam reproduzir a experiência e verificar as suas conclusões, de forma independente. Quanto ao controlo, este consiste na capacidade de manipular as condições de laboratório de tal forma que o comportamento observado possa ser usado para avaliar teorias e políticas económicas alternativas.

Por fim, outra importante vantagem da economia experimental é o facto de permitir a variação simultânea e controlada de determinados fatores causais, mantendo outros fatores relevantes fixos, permitindo assim isolar e avaliar os efeitos de cada fator causal sobre o sistema como um todo.

Tipos e Categorias das Experiências

As experiências laboratoriais em economia podem ser categorizadas da seguinte forma:

  1. Testes de hipóteses comportamentais: consistem em construir um ambiente de laboratório que satisfaça as hipóteses estruturais de determinada teoria, sendo dada a melhor oportunidade possível para testar as suas implicações comportamentais;
  2. Testes de stress: nesse tipo de experiências é realizado a análise da sensibilidade das previsões de uma teoria a violações de algumas das hipóteses que a suportam. Testa-se assim a robustez da teoria e do seu poder explicativo, tornando flexíveis determinadas hipóteses mais simplificadas;
  3. Identificação de regularidades empíricas: refere-se às experiências que procuram documentar padrões inesperados nas relações entre variáveis económicas pré-definidas.
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References:

Carter, J. e Irons, M. (1991). Are Economists Different, and If So, Why?, Journal of Economic Perspectives, 5.

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