Vincent van Gogh

Vincent van Gogh, profeta e precursor da pintura moderna, mestre da pintura do século XIX.  A obra de Vincent van Gogh não pertence a nenhuma corrente artística específica. Na falta de uma classificação mais precisa, costuma-se incluí-la no rótulo genérico do pós-impressionismo, termo criado posteriormente para definir um grupo de artistas, de diferentes estilos e tendências, surgidos no final do século XIX.

Van Gogh, é o exemplo mais notório, do artista maldito, do génio desajustado, do homem incompreendido no tempo e história, que infelizmente só foi aclamado na posteridade da sua morte.

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Vincent van Gogh

Ao longo da vida, sofreu uma série interminável de infortúnios: desilusões amorosas, crises nervosas, misérias financeiras. Foi tratado como louco, ficou várias vezes exposto à fome, à solidão e ao frio. Ridicularizado pela maioria de seus contemporâneos, hoje é considerado um dos maiores mestres da pintura universal.

Nasceu Vincent Willem van Gogh, a 30 de Março de 1853, num vilarejo fronteiriço nos confins pantanosos do sul da Holanda, filho primogénito de um modesto pastor protestante. Solitário e impetuoso desde criança, o artista fracassou em todas as tentativas de se fixar numa profissão ‘respeitável’. Somente encontrou alívio parcial para seus anseios excruciantes na produção de milhares de desenhos e pinturas, ao mesmo tempo em que submergia na doença e na loucura.

Os primeiros trabalhos de van Gogh, feitos ainda na Holanda, revelavam uma forte preocupação social ao retratar, com tons sombrios e monocromáticos, a vida miserável dos camponeses, em um momento em que a Revolução Industrial modificava a vida nas grandes cidades e provocava uma onda de pauperização extrema na zona rural. Exemplo disso, é o quadro mais famoso desta sua primeira fase, Os comedores de batatas (1885), que retrata trabalhadores em torno de uma mesa, pintados em tons sombrios.

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Comedores de batatas, 1885 – Vincent van Gogh

Mas foi na pequena e ensolarada aldeia francesa de Arles que a pintura de Vincent van Gogh encontrou inspiração e o cenário ideal para dar o grande salto artístico, a partir de 1888, apenas dois anos antes de sua morte. As cores – sobretudo o amarelo – explodiram com intensidade nas telas, mas o deslumbramento e a obsessão pelo trabalho minaram-lhe a saúde física e mental.

Um dos exemplos máximo da sua adoração e exploração das cores, principalmente o amarelo, é o Doze girassóis numa jarra (1889), um dos mais conhecidos quadros da série de girassóis que Van Gogh começou a pintar em Arles e que hoje está entre as obras mais valiosas do mundo.

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Doze girassóis numa jarra, 1889 – Vincent van Gogh

Van Gogh, foi o mestre das pinceladas marcadas, cores fortes, traços expressivos, formas contorcidas e dramáticas. Pintor de um estilo peculiar, fruto de uma rápida evolução, que partiu de um realismo expressionista, clareando a paleta e tornando luminosa como a dos impressionistas, e procurando, progressivamente, um caminho pessoal, à sua identidade como pintor.

O que caracterizava sua obra como um todo é seu excesso, excesso de força, de nervosismo, a violência de expressão.”- Albert Aurier

A sua obra é marcadamente expressiva pelas formas sinuosas, onduladas e flamejantes; pelo desenho anguloso e violento; pelas cores contrastadas e por uma técnica na qual sobressaem as pinceladas onduladas, paralelas e pontilhadas que reforçam as formas básicas.

“Ainda não conheço melhor definição de ‘arte’ do que esta: A arte é o homem acrescentado à natureza – natureza, realidade, verdade das quais o artista faz sobressair o sentido, o carácter, que ele exprime, resgata, separa, libera, ilumina.” (Van Gogh)

Foi o pintor da angústia da vida, da genialidade e da loucura. Personificou a Natureza, atribuindo-lhe estados de alma visíveis nas suas obras, tanto como nos seus escritos, nos quais também soube definir a sua concepção de arte e o papel da cor nessa arte.

É por meio da correspondência que trocava com o seu irmão, que se tem a maior parte das informações a sua história. Ao longo da vida, Vincent van Gogh escreveu mais de 750 cartas ao irmão, Theodore, quatro anos mais novo, mas por quem foi sustentado durante longos períodos. Nessas cartas, discorre longamente sobre seu processo criativo, sobre seu relacionamento com o irmão e amigos e sobre o avanço progressivo da loucura.

A sua morte precoce aos 37 anos deixou muitos questionamentos e apenas uma certeza: sua genialidade. O mestre da pintura morreu em Auvers-sur-Oise, na França, a 29 de Julho de 1890, tinha apenas 37 anos. Segundo a história, Van Gogh, que teria muitos problemas na altura, suicidou-se com um tiro no peito mas a arma nunca foi encontrada, deixando a sua morte envolta do mesmo mistério como foi toda a sua corta vida.

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References:

www.vangoghmuseum.nl

BEAUJEAN, Dieter; GOGH, Vincent van. Vincent Van Gogh: Life and Work – Art in Focus. Könemann, 2005

GOMBRICH, E.H. A história da arte. LTC. Rio de Janeiro, 2013.

HAZIOT, David. Van Gogh. L&PM Editores, 2010

LUBIN, Albert J.. Stranger on the Earth: A Psychological Biography of Vincent Van Gogh. Da Capo Press, 1996

NAIFEH, Steven; SMITH, Gregory White. Gogh – A Vida. Companhia das Letras. 2012

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