Quem foi Jan van Eyck
Jan van Eyck foi um pintor flamengo, do século XV, do período artístico conhecido como gótico flamengo ou o flamengo primitivo. É considerado o fundador da Escola Flamenga de pintura e um dos pintores, cuja obra teve maior relevância para o movimento renascentista.
Van Eyck é considerado um dos grandes mestres da pintura, mas infelizmente, são poucas as informações seguras e concretas sobre a sua vida.
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Van Eyck(1390-1441)
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Jan van Eyck nasceu na cidade de Maaseik, Bélgica, por volta de 1390, no seio de uma família de pintores, começado desde muito jovem a trabalhar e desenvolver trabalhos de pintura.
É considerado um dos mais importantes pintores do norte da Europa do século XV e o mais famoso dos primitivos flamengos, representando uma das figuras de destaque, da transição do Gótico Internacional para a escola flamenga.
O estilo flamengo foi a corrente artística vigente na Holanda do século XV e tem sido tradicionalmente visto, como a última fase da pintura gótica ou como, uma das correntes do chamado Pré-Renascimento.
Em 1425, é nomeado por Filipe III de Borgonha como pintor oficial da corte de Flandres, cargo que conservou até à sua morte. A relação que mantinha com o duque era de tal forma importante, que este, chegou a encarregar Van Eyck de realizar alguns serviços e missões diplomáticas, sobretudo em Espanha, Portugal e Itália. A sua visita a estes países fica marcada por uma importante influencia, e por sua vez, uma grande mudança e inovação na arte, sobretudo em Portugal e em Itália.
Em 1428, é encarregado com a missão de acompanhar a comitiva enviada a Portugal para pedir, em nome do Duque, a mão da infanta D. Isabel, filha do Rei D. João I. Em esta missão, Van Eyck para além de realizar missões diplomáticas e confidenciais, tinha como principal incumbência, realizar um retrato de noivado da Infanta. Esta obra, conhecida como o “Retrato de Isabel de Portugal” está actualmente perdida, sendo apenas conhecida através de algumas cópias da obra.
Em 1432, Van Eyck termina uma das suas obras mais míticas, o políptico “A Adoração do Cordeiro Místico”. Esta obra, também conhecida como Altar de Ghent, é composta por doze placas de Madeira a óleo, pintados por Van Eyck e o seu irmão Humbert, encomendada por Joos Vyd e a sua esposa, Elisabeth Borluut, para colocar na igreja de San Juan de Gante (hoje Catedral de Saint Bavo), onde ainda permanece nos dias de hoje.
Não se consegue estabelecer com certeza, qual o grau de participação de ambos os irmãos na produção desta obra, mas, acredita-se, que Van Eyck, terá continuado com o trabalho do irmão depois da sua morte, em 1426.
Van Eyck caracterizava-se pelo naturalismo e pelo profundo vigor na representação daquilo que via nas suas obras, característica esta, considerada como uma iniciação ao realismo. Este rigor, também era favorecido, pelo facto, de ele pintar sobre madeira polida, o que ajudava a que houvesse uma natural sensação de profundidade e brilho nas suas obras.
O seu trabalho ao longo da sua vida, demonstra um profundo cuidado com a representação de pormenores, além de uma extrema precisão na criação de texturas e na busca de novos sistemas de representação da tridimensionalidade. Van Eyck foi um dos principais artistas a desenvolver a técnica da representação da perspectiva.
O quadro “O casal Arnolfini” é um magnifico exemplo de como ele trabalhou a técnica da perspectiva, principalmente visível no pormenor do espelho que reflecte perfeitamente o casal, efeito este, somente possível com a utilização da técnica da perspectiva. Além obvia beleza desta obra, é essencial, fazer referencia à incrível expressão e técnica, considerada por muitos, inovadora para a sua época.
A obra, “O casal Arnolfini” pintado em 1434 e que actualmente se encontra na National Gallery em Londres, é o mais famoso dos seus quadros e sem duvida, uma das obras mais notáveis de Van Eyck. Esta obra, apesar de ter a aparência de uma simples cena do quotidiano, desenvolve-se bastante para além do que vemos, sendo um universo cheio de simbolismo relacionado com o matrimónio que exige uma análise profunda por qualquer apreciador de arte.
A incrível habilidade técnica e precisão de Van Eyck na produção e nos detalhes das suas obras, foi muito admirado pelos seus contemporâneos e exerceu uma grande influencia na arte europeia e no Flamengo em geral, e inspirou artistas ao longo dos séculos, através dos diferentes movimentos artísticos que sucederam ao Gótico.
References:
CARROLL, Margaret Deutsch. Painting and politics in northern Europe: Van Eyck, Bruegel, Rubens, and their contemporaries. Pennsylvania State University Press, 2008
JOANNIDÈS, Dimitri & HÉ, Dominique. Jan Van Eyck: Le Retable de l’Agneau mystique. Les Grands Peintres. Glénat BD, 2015
HARBISON, Craig. Jan Van Eyck: The Play of Realism. Reaktion Books, 1995
REES, E. M. The Wedding: An Encounter with Jan Van Eyck. Potter/TenSpeed/Harmony, 2010
SCHNEIDER, Norbert. Jan van Eyck, el altar de Gante: propuestas para una reforma de la Iglesia. Siglo XXI, 1997
STREETON, Noelle. Perspectives on the Painting Technique of Jan Van Eyck: Beyond the Ghent Altarpiece. Archetype Publications, 2013