Quem foi Toulouse-Lautrec
Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa, foi um pintor e litógrafo francês, mais conhecido por pintar a vida boémia de Paris do final do século XIX.
Incapacitado para participar de actividades que exigiam um físico normal, Toulouse-Lautrec viveu para sua arte e tornou-se num dos mais importantes artistas franceses da Belle Époque e um dos mais relevantes pintores do período pós-impressionista.
Toulouse-Lautrec amava as mulheres, fossem elas modelos, bailarinas, prostitutas ou expoentes da burguesia, conhecia os seus segredos e participava e retratava, sem malícia nem prazer, as suas vidas quotidianas.
A vida boémia que levou nos bordéis e nas casas nocturnas de Paris, forneceu-lhe a inspiração para as suas melhores obras, e as suas ousadas pinturas do famoso Moulin Rouge, reflectem efectivamente toda a energia da vida nocturna daquela época.
Para além de se distinguir na pintura, Toulouse-Lautrec também revolucionou o design gráfico dos cartazes publicitários, ajudando a definir o estilo que seria posteriormente conhecido como Art Nouveau.
.……
Toulouse-Lautrec(1864-1901)
|
|||||||||||||||||||
|
|
||||||||||||||||||
. | |||||||||||||||||||
. |
|
. | |||||||||||||||||
. | Importante: Clique para comentar ou colocar questões sobre este tema >>> |
Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa nasceu a 24 de Novembro de 1864 em Albi, na zona sul dos Pirenéus Franceses, no seio de uma família nobre. Herdeiro de uma linhagem aristocrática francesa, o pai era o Conde Alphonse de Toulouse-Lautrec-Monfa, e a mãe Adéle Tapié de Céleyran.
Toulouse-Lautrec sofria de uma série de doenças congénitas, provavelmente, atribuídas a uma longa tradição de casamentos entre membros da mesma família. Uma das doenças que mais marcaram a sua vida, foi a doença rara de causas genéticas, Pycnodysostosis, que mais tarde ficou conhecida como Doença de Toulouse-Lautrec. Uma doença que se caracterizava por causar a fragilidade dos ossos e uma baixa estatura, Toulouse-Lautrec nunca chegou a ultrapassar os 1,54 metros de altura.
Em 1872, muda-se para Paris, para seguir os seus estudos e em, 1881, decide começar a estudar pintura, ao lado de Léon-Joseph-Florentin Bonnat, mestre defensor das normas académicas e contrário aos impressionistas e as obras que produzia Toulouse-Lautrec.
Em 1883, cansado das criticas de Bonnat, começa a estudar com Fernand Cormon, onde conheceu e trava amizade com Van Gogh, Émile Bernard e Louis Anquetin. O estúdio de Cormon, ficava nas ladeiras suburbanas de Montmartre, em Paris. É lá que Lautrec descobre a inspiração que lhe faltava.
Em 1884, acaba mudando-se e montado o seu próprio estúdio em Montmartre, onde entre trabalhadores, prostitutas, artistas, escritores e filósofos, encontra a sua verdadeira casa. Testemunha da vida nocturna de Montmartre, e ao contrário dos impressionistas, Toulouse-Lautrec tinha pouco interesse pelas paisagens e preferia os interiores dos bares, cabarés e bordeis típicos das ruas de Montmartre.
O tema principal das obras de Toulouse-Lautrec era a vida boémia parisiense, que ele representava através de um desenho que lembra a espontaneidade do desenho satírico de Honoré Daumier, e uma composição dinâmica que poderia ter a influenciada da fotografia e das gravuras japonesas, dois factores de grande importância cultural no fim do século XIX.
Toulouse-Lautrec não apenas cria sobre a forma de pinturas, também desenvolveu cartazes promocionais para cabarés e teatros, sendo parte activa da revolução da publicidade do século XIX, quando a arte deixa de ser patrocinada e financiada apenas pela Igreja e pelos nobres, para ser comprada e utilizada pelo comércio em expansão, devido à revolução industrial.
Além da extraordinária pintura que produziu ao longo da vida, Toulouse-Lautrec também criou 31 cartazes que constituem uma contribuição definitiva à história do desenho gráfico, atribuindo a esse género de trabalho, uma dimensão de obra de arte.
Em 1889, quando o Moulin Rouge se inaugura, Toulouse-Lautrec é contratado para produzir uma série de cartazes para publicitar o local. A partir daí, tornou-se num frequentador assíduo e o Moulin Rouge tinha sempre um lugar reservado especialmente para ele.
Muitos dos seus quadros têm como tema as noites loucas do Moulin Rouge e retratam algumas das personagens mais conhecidas da noite parisiense, como a cantora Yvette Guilbert ou a dançarina Louise Weber, criadora do can-can francês e conhecida pela alcunha “La Goulue” (“A Glutona”).
Toulouse-Lautrec passou grande parte da sua vida em bordéis. A relação intima que mantinha com muitas prostitutas e bailarinas, transparece nas suas obras. Elas foram as personagens principais de muitos dos seus trabalhos. As obras que pintou são um retrato escandaloso, mas muito real, de cidade de luxúria e glamour, que nem todos tinham acesso.
Em 1901, incapaz de viver sozinho, despede-se de Paris e é internado num sanatório. Vítima de complicações relacionadas com o alcoolismo e com a sífilis, morreu na casa de família em Malrome a 9 de Setembro de 1901, dois meses antes de completar os 37 anos.
References:
AFANADOR, Luis Fernando. Henri de Toulouse Lautrec: la obsesión por la belleza. 100 personajes . Autores. Panamericana, 2004
BENEDETTI, Maria Teresa. Impressionismo: le origini. Edição 159 de Art dossier – Volume 159 de Dossier d’art. Giunti Editore, 2000
FELBINGER, Udo. Henri de Toulouse-Lautrec: vida y obra. Minilibros de arte. Trucatriche, 2000
FREY, Julia Bloch. Toulouse-Lautrec: A Life. Viking, 1994
HALLIWELL, Sarah. Impressionism and Postimpressionism: Artists, Writers, and Composers, Volume 6 de Who and when? – Raintree Steck-Vaughn, 1998
HARRIS, Nathaniel. The Art of Toulouse-Lautrec. Chancellor Press, 1981