Quem foi Sandro Botticelli
Sandro Botticelli, foi um dos grandes nomes do início do Renascimento na segunda metade do Século XV, embora sua arte tenha um tom mais sentimentalista e melodioso, em comparação com as obras dos outros grandes nomes do Renascimento, como Leonardo Da Vinci ou Michelangelo.
Botticelli é considerado um dos pintores mais conhecidos e aclamados de Florença e um dos mais importantes de Itália, a suas obras foram executadas por encomenda das mais importantes e influentes famílias nobres e da própria igreja, sendo as obras desenvolvidas na Capela Sistina, em Roma, um dos grandes exemplo da sua obra. Botticelli é também o autor de outras extraordinárias obras, como: A Primavera, O Nascimento de Vénus e a Adoração dos Magos.
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Sandro Botticelli(1445 – 1510)
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Botticelli, nasceu Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, em Itália, na cidade de Florença, em 1445, provavelmente no início do mês de Março, como muitos historiadores apontam.
Não se sabe exactamente de onde provém o nome que acabaria por adoptar, sabe-se que Sandro seria o diminutivo de Alessandro e para Botticelli, existe várias versões e diferentes histórias que o tentam justificar, mas a realidade é que não existe um consenso histórico para nenhuma delas.
Para mim, uma das versões que mais sentido faz é que o nome seria uma adaptação de battigello (bate-folhas), artesão encarregado de laminar metais preciosos para uso em ourivesaria. O seu pai era battigello e, ao que parece, Sandro também aprendeu a função e acabou adoptando o nome. Seja qual for a razão do nome, foi adoptado por volta de 1470 e, interpretado como sobrenome, passou a ter a terminação com -i, indicativa do masculino plural em italiano.
Desde muito jovem, Botticelli mostrava uma inclinação para a pintura e apesar de ter aprendido o ofício do pai, diante da sua obstinação, com 17 anos, foi apresentado ao artista Filippino Lippi, um artista de talento e prestígio local, para iniciar-se na arte da pintura. Também estudou com Andrea del Verrocchio, entre 1467 e 1470, na mesma época em que com ele estudava Leonardo da Vinci.
Em 1470, com apenas vinte e cinco anos, abriu seu próprio ateliê, na casa familiar, contando já, com uma boa produção artística, apesar de ainda demonstrar um estilo e técnica presa aos ensinamentos dos seus mestres, especialmente nas representações religiosa. Nesse ano, foi encarregado de pintar o quadro “A Coragem”, que seria colocado no Tribunal do Palácio do Mercado.
Também foi nesse período que se aproximou da importante família Médici, que eram grandes mecenas da região e promotores das artes. Botticelli acabaria por dedicar boa parte de sua carreira e obra, a essa família, tendo a sua parceria prolongando-se praticamente até ao fim de vida do pintor.
Participou dos círculos da corte de Lorenzo de Medici, recebendo a influência do neoplatonismo cristão que pretendia conciliar as ideias cristãs com as clássicas. Entre obras executadas por encomenda da família Médici, destacam-se “Retrato de Giuliano de Médici” (1475-1476) e “A adoração dos Magos” (1476-1477), obra que o colocou definitivamente sobre a protecção da rica e importante família, que protagoniza a história de Florença e da Itália na época.
Em 1478, Botticelli termina a tela “Alegoria da Primavera” para a Villa diCastello, residência de verão dos Médici.
Na década de 1480, o duque de Milão pediu que fizessem um levantamento dos mais prestigiados artistas de Florença, e nome de Botticelli encabeçava a lista, com efeito, nessa época praticamente não havia na cidade quem pudesse se rivalizar com ele. Botticelli estava no auge da fama, choviam-lhe as encomendas e pintava desde cenas religiosas e profanas, a retratos ou estandartes, trabalhava sem parar com a ajuda de vários assistentes e discípulos.
Em 1481, Botticelli foi chamado a Roma em nome do Papa Sisto 4º. para trabalhar em parceria de Ghirlandaio, Luca Signorelli, Cosimo Rosselli e Perugino, na decoração da capela Sistina, onde realizou os afrescos “As provações de Moisés, “O castigo dos Rebeldes” e a “Tentação de Cristo”.
De volta a Florença, em 1482, o artista está no apogeu da sua carreira e continua a recebe inúmeras encomendas, que só consegue assumir, graças ao seus assistentes e discípulos, que ajudavam na preparação dos materiais, na pintura dos detalhes mais fáceis e em alguns casos, apenas cabia ao mestre a tarefa de pintar as fisionomias e alguns detalhes finais.
Em 1483 pinta “Marte e Vénus”, uma obra repleta de alegorias e referidas à antiguidade grega. Mas o ano ficaria marcado na história da arte por outra pintura que viria a tornar-se mais famosa e extraordinária de toda a sua obra, “O Nascimento de Vénus”, onde a deusa simboliza a verdade e a pureza. Outra obra encomendada por Lorenzo di Pierfrancesco de Médici para a Villa Mediceadi Castello. No quadro, a deusa clássica Vénus emerge das águas em uma concha, sendo empurrada para a margem por Zéfiro, o Vento Oeste, símbolos das paixões espirituais, e recebendo, de uma Hora (as Horas eram as deusas das estações), um manto bordado de flores. Alguns especialistas argumentam que a deusa nua não representaria a paixão terrena, carnal, e sim a paixão espiritual.
Durante a década de 1500, Florença atravessa tempos muito difíceis que deixam marcas profundas na alma e na arte de Botticelli, que passou a dedicar-se à meditação, vivendo quase recluso, e a pintar exclusivamente temas religiosos, num estilo cada vez mais pessoal e sombrio. E as encomendas começam a escassear.
Mas a realidade, é que não foi a reclusão de Botticelli nem os tempos difíceis que afastaram os clientes, mas sim a evolução da sua estética. O seu estilo aproximava-se cada vez mais do arcaico medieval, enquanto o gosto dos mecenas evoluía numa direcção mais inovadora, como era o exemplo de Leonardo da Vinci e Michelangelo.
Botticelli faleceu em Florença, Itália, no dia 17 de Maio de 1510. Foi sepultado na Igreja de Todos os Santos, em Florença. Hoje é considerado um dos maiores artistas do Renascimento e um dos grandes expoentes da história da pintura universal.
References:
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