Quem foi Rembrandt Harmenszoon van Rijn
Rembrandt Harmenszoon van Rijn, ou simplesmente Rembrandt, teve várias fases e estilos durante a sua vida artística. No início de sua carreira se interessou por temas religiosos, depois mitológicos, figuras da Bíblia, entre outras. Na sua maturidade dedicou-se sobretudo aos auto-retratos e à produção de gravuras.
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Rembrandt (1606-1669) |
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Rembrandt Harmenszoon van Rijn foi um pintor, desenhador e gravador holandês do barroco europeu que vigorou nos séculos XVI e XVII na Europa, considerado por muitos como um dos maiores nomes da história da arte europeia e o mais importante da história holandesa.
As suas contribuições à arte surgiram durante um período denominado pelos historiadores de “Século de Ouro dos Países Baixos”, na qual a influência política, a ciência, a comercial e a cultural, principalmente a pintura, atingiram seu ápice na Holanda.
Embora pouco se saiba acerca da sua infância, é certo admitir que fosse intelectualmente o mais brilhante entre os seus 8 irmãos: em casa todos trabalhavam no moinho, menos Rembrandt, que desde pequeno demonstrou uma especial vocação para as artes plásticas, sendo matriculado na Escola Latina de Leiden com apenas 7 anos de idade e mais tarde, chegou a frequentar a Universidade de Leiden, apesar de, por muito pouco tempo.
Quando o jovem Rembrandt completou 18 anos, em 1624, terminou sua fase de formação, passando seis meses no ateliê do pintor Pieter Lastman em Amesterdão.
A curta convivência com Lastman, surtiu um efeito poderoso e as suas primeiras telas devem muito ao mestre, tanto nos temas que representou durante toda a a sua vida, como no tratamento e técnica que empregava. Lastman imprimiu em Rembrandt o gosto pelos efeitos dramáticos e pelos planos elaborados.
Após o período ao lado de Lastman em Amsterdam, Rembrandt volta para Leiden e associa-se ao seu amigo, Jan Lievens, que também havia estudado com Lastman e os dois abrem um ateliê profissional. Tinha apenas 19 anos de idade quando começou sua carreira profissional.
Em 1628, Rembrandt recebe seu primeiro aluno, Gerrit Dou e mais ou menos no mesmo período começa a ter seus primeiros êxitos económicos.
Em 1629, Rembrandt foi descoberto pelo estadista Constantijn Huygens, que conseguiu para o pintor importantes encomendas na corte de Haia. Como resultado desta conexão, o príncipe Frederik Hendrik, continuou encomendando e a adquirindo as obras de Rembrandt até 1646.
Em 1631 muda-se para Amesterdão, uma cidade mais animada e cosmopolita do que a Leiden, ficando hospedado na casa de Hendrick van Uylenburgh, um marchand local de sucesso.
Na época em que Rembrandt chega a Amesterdão, a cidade estava em pleno desenvolvimento económico, urbanístico e social. Com um grande porto comercial e capital de um império colonial, Amesterdão possuía lojas e mercados onde se podia comprar de tudo, incluindo objectos e coisas diversas vindas de várias regiões do mundo. Aos lados dos canais que cortavam o centro velho da cidade, se erguiam casas confortáveis para os ricos comerciantes locais. Muitos deles começam a comprar quadros de Rembrandt.
Em 1632, com apenas 26 anos, pinta “A Lição de Anatomia do Dr. Tulp”, uma das suas mais importantes obras-primas. O admirável quadro pintado com a técnica de luz e sombra, confere uma vitalidade inteiramente nova à arte do retrato em grupo, feita até então. Ao observá-la ao pormenor, consegue-se sentir uma tensão dramática latente.
Com esta obra, Rembrandt consegue um grande sucesso e reconhecimento, favorecendo um aumento considerável das encomendas de retratos e pinturas sacras.
Em 1634 atinge o auge da fama e prosperidade. Neste mesmo ano, também se casa com a sobrinha de Hendrick, Saskia van Uylenburg, com quem teve quatro filhos.
Em 1639, Rembrandt e Saskia vivem numa casa luxuosa no Bairro Judeu de Amesterdão que mais tarde se converte na futura Casa-Museu de Rembrandt. Dos quatro filhos que tiveram juntos, só Titus, que nasce em 1641, sobrevive até à idade adulta.
No ano seguinte morre a sua amada esposa com apenas 30 anos, de doença prolongada, possivelmente tuberculose, fazendo do ano de 1642, um ponto de viragem muito duro, no percurso de vida, de Rembrandt.
Apesar de ser um artista talentoso e respeitado, depois de alcançar o cúmulo da fama e do êxito económico devido às suas numerosas obras como “Ronda nocturna” ou “Estampa de cem florins”; aos seus numerosos alunos; às muitas encomendas que recebia e aos elogios dos críticos… com a morte Saskia, Rembrandt caí numa profunda tristeza e começa a passar por graves dificuldades económicas, acabando por ter de hipotecar a casa e vender a sua colecção de antiguidades. E em 1656, o Tribunal declara Rembrandt insolvente, em consequência da sua total ruína financeira.
Mas apesar de todos os problemas e tragédias, a sua reputação manteve-se elevada durante praticamente toda a sua vida, as suas gravuras e pinturas foram sempre muito populares e de reconhecido valor. Rembrandt trabalhou até praticamente o fim da sua vida.
Em 1668, Titus morre e Rembrandt, enfrenta novamente uma tragédia pessoal na sua vida. Acabando por morrer a 4 de Outubro do ano seguinte, em 1669, aos 63 anos de idade. Estava tão pobre e debilitado que morre na miséria e completamente sozinho.
Entre 1668 e 1669, ainda teve tempo para criar uma obra magnífica, “O retorno do filho pródigo” que demonstra uma dramática doçura despojada e uma grandiosidade serena incomparáveis na história da arte, talvez inspirada pela perda do filho.
Hoje, Rembrandt é lembrado principalmente pela maneira como usava luz e sombras para chamar a atenção para eventos e pessoas que retratava nos seus quadros. O seu estilo dava às suas pinturas um carácter dramático impressionante. E é considerado por muitos como um dos maiores nomes da história da arte europeia e o mais importante da história holandesa.
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References:
DURHAM, John I. Biblical Rembrandt: Human Painter In A Landscape Of Faith. [S.l.]: Mercer University Press, 2004
UNIVERSITY OF CAMBRIDGE, Fitzwilliam Museum. Rembrandt and the nude. University of Cambridge. Cambridge, 1997
SPENCE, David. Rembrandt: vida de um pintor de retratos. trad. Maria João Fontainhas – 1ª ed. – Texto. Lisboa, 1999
WETERING, Ernst Van de. Rembrandt: the painter at work. Amsterdam University Press, cop. 1997