Quem foi Paul Sérusier
Paul Sérusier, foi um pintor pós-impressionista francês e pioneiro da arte abstracta e um dos fundadores do grupo e movimento Nabis.
Paul Sérusier, teve uma influência reconhecida na arte pós-impressionista, e é lembrado como um dos grandes vanguardistas franceses do início do século XX e um dos mais influentes na pintura da época, mesmo que ele próprio estivesse sido bastante influenciado pela arte de Gauguin. A sua principal obra, “O talismã”, reflecte essa influência. O seu trabalho, e o dos seus companheiros no Grupo Nabis, abriram o caminho ao fauvismo.”
Apesar disso, a sua fama, artística acaba enfocando mais nos seus estudos teóricos, do que no seu trabalho pictórico, caracterizado por formas e contornos claramente diferenciados e áreas de cor luminosa e, nos últimos tempos, por uma certa estilização mística, derivada da arte primitiva alemã e italiana.
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Paul Sérusier(1848-1903)
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Paul Sérusier, nasceu em Paris, no seio de uma família abastada, o que o levou a receber uma educação esmerada, que incluiu aulas de música e canto. Quando Sérusier terminou o curso no Liceu Condorcet em 1883, o desejo do seu pai, era que ele seguisse a formação em comércio.
No entanto, em 1885, Sérusier decide seguir um caminho completamente diferente e resolve dedicar-se à carreira artística, como pintor. Depois de alguma resistência familiar o artista acaba matriculando-se e sendo admitido nos ateliês de William-Adolphe Bougereau e mais tarde, na Jules Lefèvre na Academia Julian, em Paris.
Em 1887, viajou por primeira vez a Bretanha, onde trabalhou nas suas primeiras obras naturalistas, principalmente usando uma paleta de cores escuras. Obras essas, que o levaram a obter uma menção de honra no Salão de Paris de 1888.
No Verão de 1888, Sérusier viajou para Pont-Aven e juntou-se a um grupo de jovens artistas liderados e inspirados pela obra de Paul Gauguin. Gauguin deu uma única aula de pintura à Sérusier, de apenas algumas horas, mas que resultou na captação das temáticas e técnicas Abstratas características da obra de Gauguin.
Nesse momento, sob a supervisão de Guaguin, Sérusier pinta a obra “O Tallismã”, que acabaria por se tornar, quase um símbolo do pós-impressionismo e do que veria a ser o Grupo Nabis.
Esta obra, pintada na tampa de uma caixa de fósforos causou uma grande expectativa, quando retorna a Paris, e partilha com os seus colegas e amigos os ensinamentos de Guaguin. Entusiasmado com a descoberta da nova maneira de pintar, Sérusier atraiu a um grupo de colegas, que se reuniam com frequência para discutir a arte e a filosofia do Simbolismo e os temas artísticos em voga na intelectualidade francesa.
Este jovem grupo de artistas apreciava os vinhos e a boa mesa: vários artistas desse grupo de origens burguesas eram alunos da Academia de Belas Artes. Figuravam no grupo Maurice Denis (1870-1943), Pierre Bonnard (1867-1947), Henri-Gabriel Ibels (1867-1936) e Paul Ranson (1864-1909), aos quais se associaram Édouard Vuillard (1868-1940) e o amigo de Vuillard, o artista suíço, Félix Valloton (1865-1925), além de alguns escritores.
Este grupo foi chamado de Nabis, palavra que em hebraico arcaico significava Profetas (v., o Grupo dos Nabis). As características básicas deste grupo pós-impressionista são: o espírito de síntese, a ornamentação e sobretudo a aplicação de cores intensas que não correspondem à realidade.
A simplificação de formas em padrões amplos e a pureza cromática empregadas por Gauguin, recebeu mais tarde o nome de “sintetismo” e tiveram uma grande influência sobre o grupo. Os Nabis, além da pintura, também criaram cartazes, vitrais, cenografias e ilustrações para livros.
Nos seguintes verões, entre 1889 e 1890, Sérusier volta a Bretanha, para trabalhar com Gauguin, onde se sentia profundamente unido e atraído pela vida simples e silenciosa de seus habitantes.
Em 1891, quando Gauguin partiu para o Tahiti, Sérusier abriu o seu próprio estúdio em Huelgoat e em 1893, muda-se para Chateau neuf du Faou, onde guiado por o exemplo de Gauguin, pintou mulheres bretãs, geralmente em composições nas quais se viam em temáticas quotidianas, realizando tarefas diárias.
Em 1893, durante umas férias, Sérusier viaja a Itália para estudar e apreciar as pinturas dos artistas renascentistas, que tanto admirava. Também nesta altura, através do seu grande amigo Verkade entra em contacto com as teorias do mestre, o padre Desidério Lenz, que registou uma série de cânones para a regulamentação da pintura religiosa ou seja, da Arte Litúrgica. A partir deste momento, Sérusier começa a elaborar, então, uma teoria complexa sobre o uso da cor, que consistiu na separação de tons quentes e frios, tendendo a evitar dissonâncias cromáticas.
Durante, o trabalho mais maduro, há uma certa estilização para o misticismo, influenciado pelos antigos mestres alemães e italianos.
Em 1908, o amigo e colega pintor Nabis Paul Ranson, inaugurou a Academia Ranson em Paris, onde Sérusier, entre outros dos artistas do seu grupo, tornaram-se professores e mestres das novas gerações de artistas modernos. Na Academia, Sérusier ensinava Teoria da Arte.
Em 1921, publicou o seu livro ‘ABC de la Peinture. Sérusier, morreu de forma inesperada em Morlaix, a 7 de Outubro de 1927.
References:
BONFANTI-WARREN, A. The Musée D’Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000
BOYLE-TURNER, C. Paul Serusier: la technique, l’oeuvre peint. Traduction de Yvone Rosso.. Lausanne: Edita, 1988
FRECHES-THORY, Claire & TERRASSE, Antonie. The Nabis: Bonnard, Vuillard and Their Circle. Schools and Movements of Painting. Rizzoli, 2002
KOSTENEVITCH, Albert. Bonnard et les Nabis. Litres, 2017
LA NUOVA ENCICLOPEDIA DELL’ARTE GARZANTI. Garzanti Editore. Milão, 1986
THOMSON, Belinda. Pós-impressionismo. Cosac & Naify. São Paulo, 2001