Quem foi Frida Kahlo
Frida Kahlo, era uma apaixonada pela arte e motivada pela intensidade inerente à vida. Com o passar do tempo, transformou-se num ícone do surrealismo e do universo feminino na década de 50.
Muitos artistas deixaram a sua marca no mundo das artes pelo seu trabalho, mas apenas alguns, conseguiram ir mais além da sua obra, e ficar eternizado pela sua própria vida e imagem. São esses que se tornam verdadeiros ícones e Frida Kahlo é um verdadeiro ícone Mundial.
Mesmo com todas as intempéries que a vida lhe impôs, Frida era grande em sentimentos e emoções, transbordava paixão e amor pela Arte e a cultura mexicana. Para ela não havia meio termos, tudo era intenso! Amou, sofreu, traiu, perdoou, mas nunca abandonou a sua arte e, através dela, expos e traduziu todas as suas dores.
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Frida Kahlo(1907-1954)
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Filha de pai alemão e mãe mestiça (indígena e espanhola), Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, mais conhecida por seu pseudónimo artístico, Frida Kahlo, nasceu no dia 6 de Julho de 1907, na pequena vila de Coyoacán, próxima à cidade do México.
Em 1913, com seis anos, Frida contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. A poliomielite, apesar de não ter sido muito grave, deixou-lhe o pé direito com uma lesão muscular, pelo que ganhou o apelido de Frida “pata de palo” (ou seja, Frida perna de pau). Passou a usar sapatos que compensavam a diferença entre as duas pernas e calças e saias largas e exóticas, que se tornaram uma de suas marcas pessoais. Esse foi só o primeiro marco de como a construção do ícone Frida Kahlo partiu de sua própria dor.
No dia 17 de Setembro de 1925, na volta para casa, ela e seu namorado Alejandro Goméz Arias, sofreram um grave acidente de autocarro, deixando-a à beira da morte, com traumatismos, múltiplas fraturas, inclusive na coluna vertebral.
Frida precisou de vários meses para se recuperar e foram necessárias 35 cirurgias e, mesmo depois da dura recuperação, ela continuou sentido os resultados do acidente.
Foi durante o período de recuperação que surgiu a pintora. A mãe, para ajudá-la colocou-lhe um espelho sobre sua a cama e um cavalete adaptado para que ela pudesse pintar deitada e Frida fez seu primeiro auto-retrato.
Apesar de deprimida e incapacitada de andar, passou a pintar freneticamente a sua imagem, em dezenas de auto-retratos justificando-os dizendo: “Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”.
Entre 1922 e 1925, frequenta a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e assiste a aulas de desenho e modelagem.
Em 1928, afiliou-se ao Partido Comunista Mexicano no qual conheceu o que acabaria por ser, o seu futuro marido, o pintor e muralista mexicano, Diego Rivera.
No ano seguinte, quando tinha 22 anos, Frida e Diego casam-se e vão viver na casa onde Frida nasceu e antiga casa, dos pais. Um casamento tumultuado, visto que ambos tinham temperamentos fortes e casos extraconjugais.
Em 1930, viaja com o marido para os Estados Unidos, onde ele trabalhava e realizava exposições. Frida chamava a atenção por exagerar nas roupas, acessórios, risos e gestos. Ficou nos Estados Unidos até 1934.
Passa o tempo, dedicando-se à pintura, de inspiração surrealista, apesar de o negar dizendo que não pintava sonhos e sim, a sua própria realidade. Sob a influência da obra do marido, também adoptou o emprego de zonas de cor amplas e simples, num estilo propositadamente reconhecido como ingénuo. Procurou na sua arte afirmar a sua identidade nacional mexicana, por isso adoptava com muita frequência temas do folclore e da arte popular mexicana.
Pintava paisagens mortas e cenas imaginárias. Usava cores fortes e vivas, explorando principalmente os auto-retratos. Era também aficionada pela fotografia, hábito que herdou do seu pai e do seu avô materno, ambos fotógrafos profissionais.
Em 1939, já separada do marido, foi para Nova Iorque, onde fez a sua primeira exposição individual, com grande sucesso e aclamada pela crítica. Em seguida, viajou para Paris, onde também expõe as suas obras. É durante esse período, que conhece e trava amizade, com Pablo Picasso e Wassily Kandinsky.
Em 1942, Frida Kahlo começou a leccionar como professora de pintura, na Escola Nacional de Pintura e Escultura, escola recém-fundada na cidade do México. Foi uma defensora dos direitos das mulheres e tornando-se num símbolo do feminismo.
Em 1950, como consequência da poliomielite que teve durante a infância, os médicos diagnosticaram que seria necessário amputar-lhe a perna direita, o que a fez entrar numa profunda depressão, que, juntamente, com a relação complicada que vivia com o marido, a levou ao abuso do consumo de álcool. Mesmo assim, Frida, nunca deixou de pintar: uma das suas últimas obras foi “Natureza Morta (Viva a Vida)”.
Na madrugada do dia 13 de Julho de 1954, Frida Kahlo foi encontrada morta em casa, tinha apenas 47 anos. As últimas palavras encontradas no seu diário, foram: “Espero alegre a minha partida e espero não retornar nunca mais”. O que levam alguns a acreditar e especular sobre se realmente, morreu de causas naturais ou se foi um suicídio.
Em 2012, a Vogue México colocou, Frida Kahlo na capa da edição de Novembro da revista de moda, numa publicação especial, dedicada à artista. Quase 60 anos após a sua morte e com uma imagem feita pelo fotógrafo Nickolas Muray, Frida protagoniza pela primeira vez, a capa de uma revista de moda como um ícone.
References:
HERRERA, Hayden. Frida – A Biografia. Globo Editora, 2011
HILL, Laban Carrick. Casa Azul: An Encounter with Frida Kahlo. Potter/TenSpeed/Harmony, 2010
JOHNSTON, Lissa Jones & KAHLO, Frida. Frida Kahlo: Painter of Strength. Fact Finders Biographies: Great Hispanics Series. Capstone, 2006
KETTENMANN, Andrea & KAHLO, Frida. Frida Kahlo, 1907-1954: Pain and Passion. Taschen, 2000
LINDAUER, Margaret A. Devouring Frida: The Art History and Popular Celebrity of Frida Kahlo. Wesleyan University Press, 2011