Escorço é uma técnica que revolucionou a arte e consiste na representação gráfica, na qual um objecto ou uma distância parecem mais curtos do que são na realidade. O termo deriva do verbo italiano scorciare que significa “tornar mais curto”, “encurtar”. Isso ocorre em função do ângulo adoptado em relação ao espectador, sendo um exemplo extremo da perspectiva linear.
O escorço é a representação bidimensional que pretenda, através da aplicação das leis de perspectiva, conferir um aspecto tridimensional a uma figura ou objecto, implementada no desenho ou pintura.
O objectivo dessa técnica é produzir a impressão de tridimensionalidade na figura representada. É uma representação em perspectivada de um corpo de forma, a que este apareça numa imagem mais curta do que a sua representação frontal.
Basicamente, é uma ilusão gerada pelo ângulo da imagem, que faz com que o primeiro plano de um objecto pareça mais curto do que realmente é, resumindo, é a representação do corpo humano, quando alguns membros estão em um plano mais próximo do que outros, é preciso reduzir as distâncias reais entre as linhas, para que o desenho seja entendido como não distorcido, apesar de ser desenhado mais curto.
Para isso, o artista deve ter boas noções de anatomia, além de saber sobre regras de perspectiva linear e da disposição de uma forma tridimensional no espaço. Deste modo, torna-se relativamente mais fácil representar a complexidade do corpo humano em profundidade.
O escorço da figura humana foi aperfeiçoado no Renascimento italiano. A pintura “Lamentação sobre o Cristo Morto”, de Andrea Mantegna, é um dos mais famosos exemplos de obras que mostram a nova técnica no período, a qual foi incorporada no currículo padrão para a formação dos artistas.
Lamentação sobre o Cristo Morto, Andrea Mantegna
Caravaggio, um dos mais notados pintores italianos, também é um dos especialista máximos da utilização da técnica de escorço, no seu caso concreto durante o periodo do Barroco.
Caravaggio, um especialista em escorço no Barroco
References:
CLIMENT, Carlos Plasencia; LANCE, Manuel Martínez. Las Proporciones Humanas y los Cánones Artísticos. Universidad Politécnica de Valencia, Editorial UPV, 2007
GORDON, Louise. Desenho Anatómico, 5a ed. Editorial Presença, 2004
ZUVILLAGA, Javier Navarro de. Imágenes de la Perspectiva, Prefacio de Antonio Fernández Alba. Ediciones Siruela. S. A., Madrid, 1996
