Escola de Barbizon

A Escola de Barbizon foi um movimento artístico que se desenvolveu entre os anos de 1830 e 1870, integrado por um grupo de pintores franceses que se estabeleceram próximo ao povoado de Barbizon, nas cercanias da floresta de Fontainebleau, deixando Paris, numa atitude de aberta oposição ao sistema artístico vigente.

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“The Bridge at Nantes” – 1868, de Jean-Baptiste Camille Corot

A Escola de Barbizon não era propriamente uma escola no sentido tradicional, eram sim, um conjunto de pessoas com afinidades estéticas em comum, encantadas com o clima bucólico e campestre da floresta de Fontainebleau, que escolhiam como tema principal das suas paisagens e renunciando à tradição académica e aos temas do classicismo.

A pintura da Escola de Barbizon, assume um papel importante na paisagem francesa e, em parte, na génese da arte impressionista, com o estudo directo do natural. Os artistas deste movimento procuravam a captura cuidada de imagens e momentos únicos, campestres, num isolamento rural e simples, mantendo uma ideologia realista, com um leve apontamento romântico.

O pintor Théodore Rousseau (1812-1867) foi o fundador e principal percursor da Escola de Barbizon, mas dela também faziam parte grandes nomes da pintura, como: Jean-Baptiste Camille Corot (1796-1875), Narcisse Virgile Diaz de la Peña (1808-1876), Charles-François Daubigny (1817-1878), Jules Dupré (1811-1889), Charles Emile Jacque (1813-1894), Jean-François Millet (1814-1875) e Constant Troyon (1810-1865).

Propunham-se a observar a natureza “com novos olhos”, seguindo inspirações e influências do rococó, das paisagens e das cenas de género flamengas, mas o que realmente marcou de modo decisivo a pintura da Escola foi a pintura inglesa de William Turner (1775-1851) e, sobretudo, a de John Constable (1776-1837), que exibiu as suas obras em Paris na década de 20.

A escolha de Turner em paisagens e lugares simples (interior campestre da Inglaterra) e a maneira como os pintava desagradavam aos artistas conservadores da época, mas, as suas pinceladas largas, rápidas e precisas, que levam a um embate directo entre a pintura e a paisagem que representava, foram a grande fonte de inspiração para o conjunto informal de artistas da Escola de Barbizon.

No plano temático, o grupo fica conhecido por recusar parte dos preceitos que orientavam a pintura de paisagem da Academia, os seus temas pastorais e o acento heróico no tratamento das vistas. Muito embora continuassem possuindo boas relações com a Academia, inclusive enviando as suas obras para o júri dos salões e vendendo suas obras na capital.

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“Les Glaneuses” – 1857, Jean-François Millet

O grupo de pintores reunia-se na floresta de Fontainebleau, para apreciar a natureza de forma plena e directa, distanciando-se da pintura tradicional e concentrando-se nos aspectos da vida quotidiana e rural, temas despretensiosos, tendo como cenário a floresta e a vida dos camponeses da zona.

A Escola de Barbizon, caracteriza-se por analisar a natureza de um modo quase escrupuloso, uma observação que produz efeitos sentimentais na alma do pintor, levando as suas paisagens a adquirir uma qualidade dramática perceptível. Possuíam um apreço pela elevação dos efeitos poéticos das cenas, o que é assinalado pela intensificação dos efeitos de cor e pela selecção dos elementos compositivos de forma a evitar quaisquer indícios da modernização que não deixava de assolar a região e seus arredores.

A atmosfera de informalidade das pinturas do grupo é, em todo caso, contrabalançada por uma composição fortemente geométrica; de modo que se pode dizer que espontaneidade, assimetria e arbitrariedade são características pictóricas conscientemente buscadas nas obras.

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References:

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THOMAS, Greg. Art and ecology in nineteenth-century France: the landscapes of Théodore Rousseau. Princeton University Press, 2000

THORÉ, Théophile. Le Salon de 1844 précédé d’une letter à Théodore Rousseau. In: HARRISON, Charles; WOOD, Paul.  Art in theory, 1815-1900. Blackwell, 1998

TOMSON. Arthur. Jean-François Millet and the Barbizon School. George Bell, 1905

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