Dedálico, consiste, para uns, num estilo artístico, para outros, num Período da História da Arte, mas para todos, no inicio da escultura monumental Grega.
O Dedálico ou Período Dedálico, é a denominação dada ao Período da segunda fase evolutiva da escultura da Grécia Antiga (primeira fase, estilo geométrico, segunda fase estilo dedálico, terceira fase, período arcaico) compreendido entre 650 a 600 a.C. Recebeu este nome em associação com Dédalo, considerado o inventor da arte da escultura, apesar de que segundo Pausânias, as estátuas no estilo típico desta fase fossem conhecidas como daidala mesmo antes do tempo de vida de Dédalo.
O dedálico coincide com a introdução da pedra na escultura grega, como consequência de um contacto cada vez maior com o Oriente, onde a pedra de diferentes cores era, já desde muito tempo, o material de eleição.
As estátuas deste período revelam evidentes filiações na arte Mesopotâmica, na arte Egípcia e na arte da Ásia Menor. As primeiras estátuas de grande porte produzidas na Grécia neste período, têm grandes e inconfundíveis semelhanças com o estilo hierático, impessoal e frontal da escultura Egípcia. A conquista de Asiria (que corresponde actualmente a uma parte de Síria e de Iraque) no ano 672 antes de Cristo pelos egípcios facilitou os vínculos comerciais com os egeus e permitiu aos gregos chegar por primeira vez às margens do Rio Nilo, possibilitando o contacto dos escultores com algumas das características da tradição figurativa Egípcia.
O Período Dedálico corresponde ao momento em que a escultura da figura humana abandona as pequenas proporções para se aproximar e explorar as medidas e proporções naturais do corpo humano.
As características mais marcantes desta fase e que, mostraram uma grande homogeneidade foram: a rígida frontalidade, o modelado achatado do corpo e o desenho simplificado da anatomia, que representou mais do que, uma idealização do que uma observação da natureza. O rosto era esquemático em forma triangular, com testa baixa, olhos e nariz grandes, e boca inexpressiva. As pernas eram usualmente longas e a cintura, mais alta e estreita.
Nesta fase inicia-se a consolidação de dois modelos formais de grande importância para o subsequente período arcaico e para a escultura grega: a figura masculina (kouros, kouroi no plural) que aparecia representado sem roupas, numa nudez plena e a feminina (kore, korai no plural), representada quase sempre vestida com longas túnicas drapeadas e tradicionais.
O kouros, com a sua anatomia completamente exposta, assumiu uma importância superlativa para o desenvolvimento da escultura grega, já que aquela sociedade só viria a permitir a exposição do corpo feminino desnudo por volta do século IV a.C. Período este, onde também se registaram os primeiros exemplos de escultura monumental associada à arquitectura, na forma de frisos e frontões em relevo.
Estas estátuas tinham duas principais funções, ou eram oferendas religiosas ou eram monumentos públicos. Não representavam pessoas individualizadas mas sim, um ideal de beleza, honra, virtude, piedade ou sacrifício.
A ‘’Dama de Auxerre’’ c. 635 a.C., uma das mais célebres representações escultóricas de uma Kore dedálica, actualmente exposta no Museu do Louvre, na secção de Escultura da Grécia Antiga é uma expressão e um refere às obras escultóricas criadas na Grécia no período Dedálico, quando a arte grega começou a formar um estilo próprio original.
O estilo e formalismo da escultura dedálica sofreu, no fim do século VII a.C., mudanças fundamentais para a evolução da escultura grega, dando lugar ao chamado Período Arcaico.
A escultura é uma das mais importantes expressões artísticas da cultura grega. Exerceu definitiva influência sobre a arte romana, determinou uma grande variedade das culturas do norte da África, do Oriente Próximo e Oriente Médio, penetrando até a Índia durante a época de Alexandre o Grande.
References:
BARRERA, José Carlos Bermejo. Introducción a la historia teórica. Volumen 295 de Akal Universitaria: Serie Interdisciplinar. Ediciones AKAL, 2009
FLYNN, Tom. El cuerpo en la escultura. Volumen 4 de Arte en contexto. Ediciones AKAL, 2002
HATJE, Ursula. Historia de los estilos artísticos: Desde la Antigüedad hasta el Gótico, Volume 1. Ediciones AKAL, 1973