Cera Perdida

No âmbito das artes, a expressão Cera Perdida designa uma técnica de fundir esculturas de bronze que produz um molde consideravelmente fino.

O processo de cera perdida também é conhecido como Microfusão, é um processo também muito utilizado por joalheiros para a fabricação de jóias, pois este processo permite um nível de detalha muito maior que o processo normal de fundição.

A fundição por cera perdida é uma técnica que permite transformar modelos de escultura e joalharia, produzidos em cera, bronze, prata, ouro e latão, o que permite obter peças com excelente precisão tridimensional e um acabamento minucioso.

O processo de cera perdida consiste, na fabricação de uma peça originariamente preparada em cera e depois revestida com um material cerâmico, formando um molde que após o seu aquecimento e retirada a cera, fica um molde oco para o preenchimento do metal líquido. Após a sua solidificação, este metal, que agora é uma peça metálica, é retirado do molde cerâmico, lixado e finalmente inspeccionado para verificar se está de acordo com especificações do artista.

O processo de fundição de cera perdida, é considerado o mais antigo usado para a confecção de peças em Bronze, uma das mais antiga  artes de elaboração de metal. (Corbetta, 2000)

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Molde do Processo de Cera Perdida

As suas origens remontam a milhares de anos atrás. Os escultores da antiga Mesopotâmia e no Egipto, os artesãos da dinastia Han na China, os ourives astecas Pré-Colombia, do México e os artífices da civilização Benin na Nigéria utilizavam este método de fundição para produzir suas obras de arte em ouro, cobre e bronze.

A primeira descrição escrita deste processo de fundição foi escrita por um monge italiano cerca de 900 anos atrás, que o adaptou para criar peças escultóricas de grande tamanho.

O processo de cera perdida foi redescoberto na Europa no século XVI por artistas e joalheiros, que aperfeiçoaram suas técnicas ao longo dos trezentos anos seguintes. Foi então, durante o final do século XIX, que a técnica encontrou um novo mercado como o de dentistas que começaram a adaptar o processo para a fabricação de produtos para obturação dentárias.

A indústria metalúrgica voltou a compreender a necessidade de utilização da técnica de fundição de cera perdida no início da Segunda Guerra Mundial com o aumento súbito da procura e necessidade de grandes quantidades de armamento e aeronaves com partes complexas e de grande minuciosidade.

Os fabricantes descobriram que o processo de “cera perdida” era mais produtivo, aumentando assim a sua capacidade de produzir itens críticos, tais como lâminas de turbinas e peças de arma por uma furação do seu custo original. O conhecimento obtido a partir das técnicas inovadoras desenvolvidas pelos dentistas combinada com as técnicas de fundição aperfeiçoados pelos joalheiros, possibilitou produzir itens essenciais em quantidades inacreditáveis.

Desde então e até aos dias de hoje, tem-se desenvolvido inovações no processo em todos os seus ramos, desde a ourivesaria à construção civil e estes têm ajudado o Homem a ultrapassar as mais diversas dificuldades, com técnicas mais eficazes fazem do processo de fundição algo de elevada importância financeira.

O processo de fundição por cera perdida é descrito como uma boa técnica para o realce de detalhes importantíssimos em certas peças; contudo, existem desvantagens, desde a impossibilidade de produção em série e a elevada mão-de-obra que requer, que fazem com que este processo seja o mais competitivo no mercado da fundição.

Este processo é bastante utilizado na ourivesaria e na arte porque revela todo o detalhe que a peça necessita.

O processo de fundição por cera perdida é um processo complexo em que as várias fases do mesmo são importantíssimas para que o resultado final seja o melhor possível, sendo claro que o elevado pormenor que este processo confere sobrepõe-se às dificuldades passadas no processo.

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References:

BOOKER, K.G. & BOOKER, J.D.. Seleção de processos de manufatura. Elsevier Brasil, 2014

CORBETTA, Gloria. Manual do Escultor. Editora AGE Ltda, 2000

Pillai, R.M. TMS. 2002. http://www.tms.org/pubs/journals/JOM/0210/Pillai-0210.html (accessed 18/09/2016).

VARIOS AUTORES. Fundição artística – Área Metalurgia. SESI SENAI Editora, 2012

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