O termo Cartão, designa um desenho de tamanho natural criado para uma pintura de tapeçaria, que é transferido para a superfície final traçando, talhando ou picando.
A tapeçaria é uma das mais antigas e sedutoras formas de expressão têxtil e a principal maneira de representar desenhos ou pinturas através da trama. Apesar de ser uma actividade lenta e demorada, um processo laborioso se comparado a outras actividades no tear, esta tem sido usada ao longo de séculos por povos de diferentes culturas.
O cartão é o ponto de partida para uma nova obra de arte. Se não há tapeçaria sem o cartão, ela é no entanto, muito mais que uma simples reprodução daquele. O cartão pode ser um simples desenho, um estudo ou uma pintura acabada.
O cartão serve somente como referência e não descaracteriza ou sobressai ao produto final. A elaboração dos cartões ficava em geral a cargo de pintores, mas também existia o pintor de valores. Por exemplo, Goya foi nomeado o pintor principal da corte de Carlos III, tendo a responsabilidade de supervisionar a execução de numerosos cartões de tapeçaria, para a corte Espanhola.
Muitos grandes artistas como Andrea Mantegna, Rafael e Rubens realizavam cartões que foram utilizados como modelos para tapetes. Após a invenção dos corantes químicos e dos processos industriais de fabricação de tapetes, nos séculos XVIII e XIX, a tapeçaria artesanal foi revalorizada pelo movimento britânico Arts and Crafts e pelos modernistas.
Os cartões de Rafael são um conjunto de obras do pintor do Renascimento, Rafael realizados entre 1515 e 1516, e a partir das quais se criaram as tapeçarias destinadas para cobrir as paredes da Capela Sistina do Vaticano em Roma e que hoje se encontram em exposições de Victória e Alberto, em Londres e faz parte da faz parte da colecção Real Inglesa, depois, de em 1623, terem sido compradas em Génova por Carlos I de Inglaterra.