Capriccio

O termo de origem italiana Capriccio, de acordo com a definição de Michael Praetorius em 1608, denomina uma espécie de fantasia improvisada.

No âmbito das artes, visuais, um Capriccio consiste numa fantasia pictórica de temática paisagista e arquitectónica, onde as paisagens, edifícios, vestígios arqueológicos, ruínas e outros elementos são reproduzidos com combinações de elementos reais e fantásticos classificados por critérios idiossincráticos pelo artista.

Tradicionalmente, capricho ou capricho em português, é utilizado como um género de pintura de paisagem, mas ao longo do tempo também foi usado para descrever outros tipos de obras em que fantasia prevalece.

Capriccio, consiste num tipo de pintura, desenho ou impressão, comum na Itália a partir do século XVIII, na qual paisagens urbanas, quase sempre ligadas à arquitectura, são representadas misturadas a elementos extravagantes e imaginários. O termo também pode ser usado para outros tipos de pintura com temas fantásticos criadas nesse período.

Composição incomum, imaginativo, bizarro. Escapando imitação regras naturais e canónicas da composição, ela está configurada para a sua oposição à poética do classicismo e do racionalismo iluminista.

Este género de expressão artística de origem italiana foi lançado e popularizado por volta de 1740 por Canaletto através de suas impressões e pelas gravuras de Giovanni Battista Piranesi (1720-1778) um famoso gravurista e arquitecto italiano, porém também célebre pela sua vertente mais humanística. Foi igualmente um brilhante desenhador, um digno teorista e fisiocrata, um excelso engenheiro hidráulico e um arqueólogo de renome.

Giambattista Piranesi) foi um artista italiano, famoso pelas suas gravuras da cidade de Roma e pelas imaginativas e atmosféricas gravuras de prisões (Carceri), não só puramente imaginárias, mas também pela sua arquitectura que, frequentemente, não tinham qualquer lógica estrutural.

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Giovanni Battista Piranesi. “Carceri d´invenzione”. 1749-1750

As “Prisões” (Carceri d’invenzione ou Prisões Imaginárias) consistem numa série de 16 gravuras onde figuram enormes subterrâneos, escadarias monumentais e máquinas de grandes dimensões. São estruturas labirínticas de dimensões épicas mas aparentemente vazias de propósito ou função. Constituíram uma importante influência no aparecimento posterior dos movimentos Romântico e Surrealista.

O género capriccio também foi aperfeiçoada pelo pintor Marco Ricci, mas o principal defensor e promotor foi o pintor Giovanni Paolo Pannini.

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Pannini, Capriccio de Roma, 1758

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References:

FERNÁNDEZ, Carlos Arturo. Concepto de arte e idea de progreso en la historia del arte. Universidad de Antioquia, 2008

MOZZATI, Tommaso & NATALI, Antonio. Norma e capriccio. Spagnoli in Italia agli esordi della maniera moderna. Giunti Editore, 2013

VARIOS. Diccionario technico e historico de pintura: esculptura, architectura e gravura. Imprensa nacional, 1875 (Original de Universidade de Harvard – Digitalizado, 10 de Março de 2009)

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