Camafeu

Nas artes e na moda, o camafeu (do latim Cammaeus, que significa pedra esculpida) é uma técnica de escultura utilizada na produção de jóias, de modo a formar uma figura escultórica em relevo (em oposição a entalhe) tirando partido da existência de camadas sobrepostas de cores diferentes, atribuíra pelas diferentes cores das pedras preciosas.

Tradicionalmente esta técnica é executada na produção de peças de joalharia como: broches, pingentes e anéis. A composição escultórica representada nos camafeus, normalmente retrata, delicadas figuras femininas e composições florais.

 

O conceito de camafeu surgiu por volta do ano 300 a.C., em Alexandria, sendo utilizado em jóias e adornos para a roupa. Os camafeus, nos inícios dos tempos foram produzidos, principalmente, a partir da ágata, do ónix, da sardónica, etc. e continham imagens de deuses, deusas, cenas mitológicas e figuras femininas.

As jovens mulheres do período Helenístico usavam camafeus com a figura do deus Eros como um convite sedutor ao amor. Originalmente eram obras a partir de faces e rostos femininos, aos quais se esculpiam estilos românticos, com características clássicas.

No período Renascentista a joalheira deixou de ser patrocinada pelo clero e passou a ser patrocinada pela burguesia. O ofício do ourives começou a ganhar status de arte assim como a pintura e escultura. No final do século XIV, o ourives cede lugar ao joalheiro, que introduziria novas modas, com desenhos elegantes e poéticos, com temáticas inspiradas na natureza para seus camafeus.

Durante o Século XVI, a escultura no Renascimento tomou como base e modelo as obras da antiguidade clássica e a sua mitologia, com uma nova visão do pensamento humanista e da função da escultura na arte, produzindo preciosos camafeus de gosto clássico, tão perfeitos que, chegam a ser confundidos com os antigos. Estes pequenos relevos serviram como modelo, para a decoração por parte de escultores em grandes medalhões para palácios em Itália e França.

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Escultura do Renascimento – Camafeu em ágata branca, de Carlos I da Espanha, obra italiana do século XVI.

 

No século XIX, os camafeus deixam de ser um acessório exclusivo das mulheres e começam a ser utilizados também por homens, em chapéus, capacetes, peitorais e punhos de espada, em forma de broches e em anéis. Napoleão Bonaparte foi um dos grandes apaixonados pelos camafeus, tendo fundado em Paris uma escola para ensinar a arte da produção de camafeus a jovens aprendizes.

A Rainha Vitória de Inglaterra, também teve uma grande predilecção pelos camafeus, ditando a moda entre as mulheres da época, que começaram a usá-los nas blusas, nos vestidos ou em fitas de cetim em volta do pescoço.

Com o passar dos tempos e principalmente durante a Época da Arte Nova (Art Nouveau), os camafeus deixaram de ser exclusivos da joalharia e começaram a ser empregues em, cristalaria e peças de decoração.

Actualmente, continua a ser uma técnica utilizada na produção de peças de joalharia, principalmente, depois da revitalizado da da moda vintage.

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