Arte Naïf

Arte Naïf é um estilo artístico do século XX, é um estilo de arte, que não segue as regras tradicionais de representação de imagens.

O termo Naif ou Naïf, é um adjectivo francês e vem do latim nativus, que significa nascente, natural, espontâneo, primitivo. E que também, pode ser substituído por ingénuo e primitivo. Definições essas que poderiam servir para caracterizar a pintura naïf, que é natural, livre e pura. (FINKELSTEIN, 2001).

Henri_Rousseau_-_Il_sogno

Henri Rousseau – The Dream (1910)

O termo arte naïf aparece no vocabulário artístico, em geral, como sinónimo de arte ingénua, original e/ou instintiva, produzida por autodidactas que não têm formação culta no campo das artes. Nesse sentido, a expressão se confunde frequentemente com arte popular, arte primitiva e art brüt, por tentar descrever modos expressivos autênticos, originários da subjectividade e da imaginação criadora de pessoas estranhas à tradição, aos acadimemos e sistemas artísticos.

A história da pintura naïf liga-se ao Salon des Independents [Salão dos Independentes], de 1886, em Paris, com a exibição de trabalhos de Henri Rousseau (1844 – 1910), conhecido como “Le Douanier”, que se torna, um dos principais e mais celebres pintores naïfs.

O termo “Arte naïf” surgiu através do apelido que foi usado para designar tanto a pintura quanto a personalidade de Henri Rousseau em 1890, um pintor autodidacta e à primeira vista, “ingénuo” e “inculto”, pela falta de formação especializada, dos temas pueris e inocentes, é responsável por obras que mostram minuciosamente, de modo inédito, uma realidade ao mesmo tempo natural e fantasiosa, como em A Encantadora de Serpentes, 1907.

O seu trabalho obtém reconhecimento imediato e é admirado pela vanguarda artística dessa época, que incluía génios como Picasso, Matisse e Brancusi, entre outros.

Rousseau foi o primeiro naïf moderno a ser exposto e valorizado, considerado o pai da Arte Naïf.

A partir da obra de Rousseau a crítica passou a considerar os artistas e obras não oriundos de movimentos artísticos ou escolas de arte, como de grande interesse, devido a originalidade, pureza e técnicas não formais presentes nas pinturas.

Existem também os termos “naïvism” e “primitivismo” que normalmente são aplicados a pintores profissionais que trabalham no estilo de arte naïf, como foi o exemplo de Paul Gauguin, Mikhail Larionov ou Paul Klee.

É a arte da espontaneidade, da criatividade autêntica, do fazer artístico sem escola nem orientação, portanto é instintiva, e onde o artista expande seu universo particular. Claro que, como numa arte mais intelectualizada, existem os realmente marcantes e outros nem tanto.

Arte naïf é um estilo a que pertence à pintura de artistas sem formação académica sistemática. Trata-se de um tipo de expressão que não se enquadra nos moldes académicos, nem nas tendências modernistas, nem tampouco no conceito de arte popular.

Assim, o artista naïf é marcadamente individualista em suas manifestações mais puras, muito embora, mesmo nesses casos, seja quase sempre possível descobrir-lhes a fonte de inspiração na iconografia popular das ilustrações dos velhos livros, das folhinhas suburbanas ou das imagens de santos. Não se trata, portanto, de uma criação totalmente subjectiva, sem nenhuma referência cultural.

A pintura naïf caracteriza-se pela ausência das técnicas usuais de representação (uso científico da perspectiva, formas convencionais de composição e de utilização das cores) e pela visão ingénua do mundo. As cores brilhantes e alegres, a simplificação dos elementos decorativos, o gosto pela descrição minuciosa, a visão idealizada da natureza e a presença de elementos do universo onírico são alguns dos traços considerados típicos dessa modalidade artística.

No século XX, a arte naïf é reconhecida como uma modalidade artística específica e se desenvolve no mundo todo, sobretudo nos Estados Unidos, na ex-Jugoslávia e no Haiti.

Características e matizes da arte naïf são incorporadas a diversas tendências da arte moderna, seja pelo simbolismo (em busca da essência mística das cores), seja pelo pós-impressionismo de Paul Gauguin, que vai para o Taiti em 1891, e faz pesquisas em direcção à cultura plástica das chamadas sociedades primitivas, o que se revela no uso de cores vibrantes e na simplificação do desenho.

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References:

Museo de Arte Naif do Brasil – www.museunaif.com/

CHILVERS, Ian. Diccionario del arte del siglo XX. Editorial Complutense, 2001 (Pag. 576)

CHILVERS, Ian (org.). Dicionário Oxford de arte. Tradução Marcelo Brandão Cipolla. 2.ed. Martins Fontes. São Paulo, 2001. 584 p.

CHÂTELET, Albert & GROSLIER, Bernard Philippe. Histoire de l’art. Larousse. Paris, 1995

FINKELSTEIN, Lucien. Brasil naïf: testemunho e patrimônio da humanidade. Novas Direções, 2001

HARRINSON, C. & FRANSCINA, F. & PERRY, G. Primitivismo, Cubismo, Abstração: começo do século XX. Cosac & Naify. São Paulo, 1998

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