Quem foram os The Doors?
Os The Doors foram um banda norte-americana de música de Rock, criada em 1965, cuja produção musical terminou em 1972, aquando da dissolução do grupo, sendo que o ponto final definitivo aconteceu pouco após a morte do vocalista Jim Morrison também nesse ano. Os restantes elementos eram: Ray Manzarek (teclista), John Densmore (baterista) e Robby Krieger (guitarrista).
Ao longo do tempo em que os The Doors estiveram em atividade, Jim Morrison, também conhecido como “Rei dos Lagartos”, tornou-se um ícone da rebeldia, muito devido aos vários incidentes com a polícia, bem como à sua postura em palco e em programas televisivos.
Criação dos The Doors
Colegas da escola cinematográfica de Los Angeles (UCLA), Jim Morrison e Ray Manzarek reencontraram-se na Venice Beach, também em Los Angeles, em junho de 1965. Segundo Ray Manzarek, durante a conversa entre os dois amigos, Jim Morrison terá confessado que, desde a última vez que se haviam visto, este terá começado a escrever música.
Curioso, o futuro teclista dos The Doors pediu então a Jim Morrison para cantar uma das suas comosições e, ao fim de alguma insistência, este acedeu. A música escolhida fora “Moonlight Drive”, cuja voz e letras impressionaram Ray Manzarek que sugeriu a criação de uma banda, convidando dois amigos, Robby Krieger e John Densmore, para o grupo.
The Doors (1965-1971)
Ao redor do mundo, dos discos do The Doors venderam-se, até hoje, mais de 100 milhões de cópias (cerca de 2,5 milhões ainda são compradas atualmente). Com um estilo diferente, uma vez que não usavam baixo durante os concertos (era Ray Manzarek que simulava o baixo com as teclas), a banda ficou, efetivamente, conhecida por um arranjo musical muito voltado para o teclado.
O nome “The Doors” provém de um trecho de um poema de William Blake, posteriormente adaptado como título de um livro de Aldous Huxley, chamado de “The Doors of Perception”.
“If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is: infinite”, William Blake, em o Casamento do Céu e do Inferno (1790). (“Se as portas da perceção forem abertas, tudo parecerá como realmente é: infinito”, em português)
Após tocarem em alguns bares, foram descobertos pelo presidente da Elektra Records, Jac Holzman, em 1966. Depois de assinarem contrato, produziram o primeiro álbum, que seria lançado em janeiro de 1967.
Unicamente com o nome da banda, “The Doors”, o primeiro álbum incluía clássicos do grupo, tais como “Light My Fire” (música que lançaria o grupo para a ribalta), “Break on Through (To The Other Side)” e “The End” (composta por Jim Morrison incluía um interpretação sobre o Conceito de Édipo. Durante a música, o vocalista cantava “Father? Yes Son? I want to kill you! Mother? I want to fuck you!”)
Em setembro de 1967,“The Doors” foram convidados para o Ed Sullivan Show. Jim Morrison, que tinha um historial de envolvimento com o alcoól, aceitou não cantar a parte “Girl You couldn’t get much Higher” da música “Light My Fire”. Porém, durante a música, o vocalista acabou por cantá-la à mesma, lançando o grupo para a fama.
Ainda nesse ano, durante um concerto em Connecticut, Jim Morrison insultou a polícia, tendo sido preso por isso.
Em outubro lançaram o segundo álbum, “Strange Days”, popularizado pela música “People are strange”.
No ano seguinte, em 1968, foi introduzido o terceiro álbum, provavelmente o mais polémico – “Waiting for The Sun”. Apesar de ter atingido o 1º lugar da BillBoard 200, lista dos álbuns em voga criada pela revista Billboard, o single “Hello, i love you” tinha bastantes parecenças com a música “All Day and All of the Night” dos The Kinks. Ao mesmo tempo, o álbum mantinha as letras fortes características da banda, embora com um som mais leve.
A 1 de Março de 1969, durante um concerto em Miami, Jim Morrison terá, alegadamente, mostrado as partes íntimas. O público foi à loucura. Porém, a polícia prendeu-o por obscenidade e vários concertos do grupo foram cancelados. Por esta altura, os restantes membros da banda mostraram-se bastante descontentes com o alcoolismo do cantor.
Antes do lançamento de L.A Woman em 1971, houve um quarto e um quinto álbum, apelidados de “The Soft Parade” e “Morrison Hotel”, respetivamente.
Embora “Morrison Hotel” tivesse um travo das origens da banda, os terceiro e quarto álbuns tinham passado uma mensagem diferente, sem a “raiva” e a “rebeldia” originais. Com o lançamento de L.A Woman, “The Doors” regressaram à receita que os havia popularizado.
Porém, após vários conflitos por causa do álcool, Jim Morrison decidiu parar a sua colaboração com a banda e partir para Paris com a sua namorada, Pamela Courson.
O cantor acabou por morrer a 3 de julho de 1971, com 27 anos, sob circunstâncias misteriosas e com um funeral bastante atípico (consta-se que apenas cinco pessoas compareceram). Aliás, a imprensa mundial só foi notificada do falecimento do cantor passados seis dias.
Pós-Morrison
Enquanto Jim Morrison jazia no cemitério Père Lachaisse, em Paris, sendo atualmente a principal atração de um lugar onde também se encontram as sepulturas de Oscar Wilde, Edith Piaf, entre outros, a banda tentou continuou a tocar, passando Ray Manzarek e Robby Krieger a assumirem o papel de vocalistas.
Porém, os álbuns Other Voices e Full Circle, não conseguiram o sucesso anterior, a banda perdeu o seu estilo psicadélico e caiu num tom mais Jazz, o que não ajudou nas vendas. O grupo dissolveu-se no final de 1972, tendo-se reunido os restantes três elementos, só quase 30 anos mais tarde, em 2001. Porém, no ano seguinte, “The Doors of the 21st Century” passou a atuar sem o baterista John Densmore. Devido a conflitos entre eles, foram obrigados a mudar de nome, chamando-se atualmente “Riders on The Storm”.
Em 2004, a revista Rolling Stone elegeu os The Doors como um dos 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos (as bandas foram incluídas nesta lista). O grupo ficou em 41º lugar.
Ray Manzarek faleceu a 20 de maio de 2013 e foi considerado por vários especialistas como um dos melhores teclistas de sempre.