Morricone, Ennio

Biografia sucinta do compositor, maestro e orquestrador italiano Ennio Morricone (1928), especialmente conhecido pelo seu trabalho para cinema (ao longo da sua vida já compôs mais de 450 bandas sonoras de cinema).

Primeiros anos

Ennio Morricone nasceu no dia 10 de Novembro de 1928, em Roma. O seu primeiro professor foi o pai, Mario Morricone, que era trompetista profissional.

Decidido a prosseguir estudos de trompete, ingressou no Conservatório de Santa Cecília em 1940. Formou-se em trompete em 1946 e, no ano de 1954, em composição. Uma das suas grandes influências foi um dos seus professores, Goffredo Petrassi.

Escreveu os seus primeiros trabalhos de concerto no final de 1950 e trabalhou, depois, a fazer arranjos para a RAI e RCA-Itália.

Cinema: a colaboração com Sergio Leone

Começou a sua carreira no cinema em 1961, compondo para o filme «Il Federale», realizado por Luciano Salce. No entanto, o verdadeiro ponto de viragem na sua carreira aconteceu em 1964, o ano da primeira colaboração entre Ennio Morricone e o realizador Sergio Leone, especialmente através dos spaghetti westerns: «A Fistful of Dollars» (1964), «For a Few Dolares More» (1965), «The Good, The Bad and The Ugly» (1966), «Once Upon a Time in the West» (1968) e «Fistful of Dynamite» (1971).

Cinema: além de Sergio Leone

Morricone compôs mais de 450 bandas sonoras para filmes, desde 1960, trabalhando tanto com realizadores italianos como realizadores internacionais. Além de Sergio Leone, destacam-se Gillo Pontecorvo, Pier Paolo Pasolini, Bernardo Bertolucci, Giuliano Montaldo, Lina Wermuller, Giuseppe Tornatore, Brian de Palma, Roman Polanski, Warren Beatty, Adrian Lyne, Oliver Stone, Margarethe Von Trotta, Henry Verneuil, Pedro Almodóvar e Roland Joffè.

Entre os filmes famosos que musicou (além dos westerns já mencionados) incluem-se: «The Battle of Algiers», «Sacco and Vanzetti», «Cinema Paradiso», «The Legend of 1900», «Malena», «The Untouchables», «Once Upon a Time in America» (também de Sergio Leone), «The Mission» e «U-Turn».

Outras composições

Além do seu trabalho para cinema, o músico compôs mais de 100 peças desde 1946. Entre os vários títulos destacam-se: «Concerto per orchestra n.º1» (1957); «Frammenti di Eros» (1985); «Cantata per L«Europa» (1988); «Ut, per tromba, archi e percussioni» (1991); «Ombra di lontana presenza» (1997); «Vaci dal silenzio» (2002); «Sicilo ed altri frammenti» (2007); «Vuoto d’anima piena» (2008).

Ennio Morricone

Século XXI

Em 2001, Morricone deu início a uma intensa actividade de concerto, dirigindo os seus trabalhos em mais de 100 concertos pela Europa, Ásia e América (EUA, América Central, América do Sul).

A sua música foi reutilizada várias vezes para televisão e nos seguintes filmes de Quentin Tarantino: «Kill Bill» (2003); «Death Proof» (2007); Inglourious Basterds (2009); «Django Unchained» (2007). Recebeu, em 2007, um Oscar da Academia honorário “for his magnificent and multifaceted contributions to the art of film music”.

Em Novembro de 2013, começou uma tour mundial coincidente com o 50.º aniversário da sua carreira no cinema. No dia 6 de Fevereiro de 2014, Ricardo Muti dirigiu a Orquestra Sinfónica de Chicago, que executou «Voci dal silenzio», uma cantata que Morricone tinha escrito depois do 11 de Setembro, para dar voz às vítimas inocentes.

Em 2014, Morricone participou na gravação de um documentário sobre o próprio realizado por Giuseppe Tornatore.

Voltou a fazer outra tour mundial entre Fevereiro e Março de 2015, com vinte concertos, em doze concertos diferentes. No dia 12 de Junho de 2015, Morricone dirigiu uma missa dedicada ao Papa Francisco.

Também em 2015 aconteceu a colaboração entre Tarantino e Morricone, que o realizador há muito desejava. Ennio Morricone escreveu, pela primeira vez, uma banda sonora original, para um dos seus filmes, nomeadamente, «The Hateful Eight». Este filme valeu ao compositor o primeiro Óscar de melhor banda sonora.

Vida pessoal

Ennio Morricone casou em 1956 com Maria Travia, que tinha conhecido seis anos antes. O casal teve três filhos e uma filha: Marco (1957), Alessandra (1961), Andrea (1964) e Giovanni (1966).

O compositor viveu toda a sua vida em Itália, não nutrindo qualquer desejo de se mudar para Hollywood. Não é fluente em inglês e só aceita entrevistas na sua língua nativa.

Prémios

Morricone tem recebido vários prémios ao longo da sua carreira. Além de um Leão de Ouro, de um Óscar honorário e do Óscar de melhor banda sonora na última edição dos Óscares da Academia, destacam-se oito Nastri D’argento, cinco BAFTA’s, cinco nomeações aos Óscares da Academia entre 1979 e 2001, sete David di Donatellos, três Globos de ouro, um Grammy e um Prémio de Filme Europeu.

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