Conceito
A marcha, uma das formas musicais mais antigas de se que tem conhecimento, destina-se, de forma geral, ao acompanhamento de uma progressão ordenada de um grupo de pessoas, especialmente soldados. Existem marchas militares de quatro tipos: fúnebres (4/4); lentas (geralmente 4/4); rápidas (2/4 ou 6/8); duplamente rápidas.
A marcha na história da música
A marcha é considerada um legado duradouro da invasão turca na Europa. Uma das primeiras alusões a este género marcial surgiu num tratado de dança de Thoinot Arbeau, em 1588, ainda no século XIV. No entanto, a marca só penetrou realmente na música erudita a partir do século XVII, em obras de Coupertin e Lully.
Embora a França tenha sido o país na vanguarda da marcha até, e pelo século XIX a dentro, é certo que compositores de outras nacionalidades compuseram marchas que permanecem, hoje em dia, na história da música. A título de exemplo, Mozart incluiu várias marchas nas suas óperas, Schubert compôs as «Marches militaires» e Beethoven incorporou uma marcha fúnebre na sua sinfónica «Eroica», assim como Chopin numa sonata para piano. Meyerbeer, Verdi e Wagner escreveram marchas operáticas famosas e Berlioz, Mahler, Tchaikovsky e Elgar desenvolveram a forma musical na sinfonia. A grande maioria destas marchas foram concebidas para execução em contextos não militares.
Não obstante, algumas das melhores marchas militares foram escritas no século XIX, pelas mãos de compositores como Strauss, Lanner e Sousa. Aliás, o compositor norte-americano John Philip Sousa, filho de um emigrante português e de mãe alemã, é conhecido, até, como o “rei da marcha”, tendo contribuído para o género com mais de 130 trabalhos, por exemplo, «Semper Fidelis» (1888), «Washington Post» (1889) e «The Stars and Stripes Forever» (1897).
References:
Kennedy, M. (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações Dom Quixote.
The Editors of Encyclopædia Britannica (nd). March. Em https://www.britannica.com/art/march-music