Informalismo, faz referência a uma tendência artística que tem lugar após a Segunda Guerra Mundial, na Europa, Estados Unidos e Japão.
A arte informal foi uma tendência artística que surgiu nos anos 40 influenciada pelo Abstraccionismo de Kandinsky e pelas técnicas artísticas introduzidas pelo Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo. Dentro do informalismo pode-se distinguir diferentes correntes artísticas, como a Abstracção Lírica, a Pintura Matérica, a Nova Escola de Paris, o Tachismo, o Espacialismo ou a Art Brut.
O movimento informalista originalmente iniciasse de maneira simultânea em Paris, com as tendências abstractas e gestuais, e Nova Iorque, com o expressionismo abstracto norte-americano, em 1944. Ano, em que se promovem-se as primeiras exposições, como a dos Reféns, de Fautrier, e a de Hautes Pâtes, de Dubuffet, que nessa linha são só precedidas pelas de White Writings, de Mark Tobey (1942).
O crítico da arte francês Michel Tapié cunhou o termo art autre (arte outra) no livro homónimo, de 1952, para definir este novo estilo de pintura que recusa qualquer tipo de formalização, rompendo com as técnicas e os modelos anteriores.
A arte informal (no sentido de “sem forma”) aparece frequentemente nos dicionários, enciclopédias e história da arte como um sinónimo do tachismo, sendo por vezes associada, à noção de abstracção lírica.
Esta confusão terminológica que reina na literatura especializada, inicia grandes debates entre os especialistas e historiadores de arte, mas também, permite entrever posições distintas diante do fenómeno.
A Arte Informal mudou os processos de criação pictóricos, reintroduzindo o factor artesanal na sua elaboração. No Informalismo a técnica e o material assumem-se como a parte essencial da concepção, deixando para segundo plano o tema, a cor, a composição… Assim, o artista manifesta a sua individualidade através do material escolhido, centrando-se o ato criativo no processo de fazer o quadro.
Numa das grandes exposições informalistas, organizada em 1951, em Paris, ficam bem definidas as características que vão singularizar o movimento, ou seja: a qualidade matérica, sígnica e gestual, e que marcará o caminho a seguir do movimento.
Dentro desta tendência, cada artista, tem total liberdade de criação, ao imprevisto das matérias (gosto pela mancha e pelo acaso) e à aleatoriedade do gesto, recusando o desenho ou o controle, bem como a concepção tradicional da pintura e do seu desenvolvimento, que vai da ideia à obra terminada, passando pelos rascunhos e os projectos.
A criação informal deve ser uma obra aberta que o espectador pode ler livremente, criando uma aventura pictórica completamente nova: em vez de ir de um significado para construir signos, o artista começa pela fabricação de signos e dai segue o seu senso.
As características plásticas desta pintura são: a espontaneidade do gesto, o automatismo, o emprego expressivo da matéria, inexistência de ideias preconcebidas, a experiência do feito faz nascer a ideia. A obra é o lugar e o momento privilegiado em que o artista se descobre.
As obras informalistas vão se caracterizar pela sua falta de cores vibrantes e pelo predomínio dos tons terrosos ou brancos, assim como pelas misturas que evitam a presença de cores puras, para dotar a obra de uma consistência de reboco.
Os trabalhos dos artistas que integram esta corrente, bastante variados nos meios e expressões, podem ser incluídos em duas tendências fundamentais: o abstraccionismo informal, influenciado pelo automatismo surrealista e pela improvisação e o tachismo, (do francês tâche , mancha) que procura acentuar relações cromáticas ou matéricas em grandes manchas. O seu carácter ecléctico no que toca à execução técnica e conceptual fez com que desrespeitasse qualquer formalidade anterior, por isso o nome “Informal”.
Em França, destacam-se os nomes de Hans Hartung e Pierre Jean Louis Soulages e nos Estados Unidos, Jackson Pollock explora ao limite as potencialidades gestuais do informalismo, na sua Action Painting (pintura de acção”).
References:
ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti. Companhia das Letras. São Paulo, 1992
BUENO, Maria Lúcia Bueno. Artes Plásticas no Século XX; modernidade e globalização. Ed. UNICAMP. Campinas, 1999.
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