Conceito de Abertura
Em música, o termo abertura designa um movimento ou pequena peça musical executada pela orquestra e que funciona como uma introdução para uma obra musical maior como por exemplo uma suite orquestral, uma oratória ou uma ópera.
A inclusão de uma introdução à peça musical surgiu no séc. XVII de forma distinta em França e em Itália. Em França, a abertura (chamada ouverture francesa) foi introduzida por Jean-Baptiste Lully por volta de 1640 na ópera e nos balés da corte, e consistia num trecho em compasso binário (lento num ritmo marcado), seguido de um compasso ternário (um movimento mais vivo em estilo fuga). Este tipo de abertura era geralmente seguida de uma série de danças antes da subida do pano.
Em Itália, a abertura (chamada overture italiana) surgiu inicialmente por volta de 1680 nas óperas de Alessandro Scarlatti e utilizava três movimentos homofónicos: rápido, lento e novamente rápido. O primeiro movimento apresentava geralmente uma tonalidade maior, o segundo era curto e numa tonalidade contrastante e o terceiro era uma dança (geralmente uma giga ou minueto) numa tonalidade idêntica à do primeiro movimento. Apesa de ter surgido algumas décadas depois da ouverture francesa, a overture italiana rapidamente a suplantou na Europa e antecipou o surgimento mais tarde da forma da sinfonia.
No final do séc. XVIII a abertura passou a incorporar uma secção lenta que introduz um trecho mais rápido numa estrutura razoavelmente simples. Muitas aberturas passaram então a ser usadas para iniciar uma apresentação ou para celebrar uma ocasião especial. Um bom exemplo é a grande Abertura 1812 de Tchaikovsky, composta para celebrar a vitória dos russos sobre os franceses comandados por Napoleão e que incluía fogos de artifício, sinos e salvas de canhão.
