William Faulkner foi um dos mais renomados e consagrados escritores norte-americanos do século XX. Dentre os mais variados gêneros literários que se propôs a escrever, Faulkner se destacou pelos romances. A ele foram atribuídos inúmeros prêmios relacionados à literatura. Foi vencedor de um Nobel, no ano de 1949. Em 1951 e em 1955, venceu o National Book Awards. O autor ainda foi vencedor de dois Pullitzer de Ficcção, em 1955 e em 1962.
O estilo de escrita de William Faulkner foi inspirado em grandes mestres da literatura universal, como Virginia Woolf, Thomas Mann, Marcel Proust e James Joyce. A obra de Faulkner é compreendida por muitos especialistas em literatura como extremamente complexa.
A técnica utilizada pelo autor estadunidense já havia sido vista em seus mestres, o fluxo de consciência. Escrevia a partir de variados pontos de vista e utilizava-se de bruscas mudanças de tempo narrativo. Ele narrou em suas muitas obras o esfacelamento do sul dos Estados Unidos, a partir da criação de um condado fictício, chamado Yoknapatawpha.
Estudiosos de literatura afirmam que a obra de Faulkner encontra força justamente nas narrativas centradas em Yoknapatawpha. Geograficamente, esse território ficaria no extremo norte do Mississipi. Comparando à realidade, a cidade de Jefferson, sede do condado criado pelo autor, e o próprio condado, correspondem respectivamente à Lafayette e sua principal cidade, Oxford.
Em termos de narrativa, o conjunto da obra de William Faulkner é de grande complexidade. Os parágrafos são habitualmente longos, com períodos de pouca, irregular ou inexistente pontuação. Esse tipo de escrita é marca do fluxo de consciência, técnica utilizada pelos mestres do autor.
William Faulkner e sua obra
A obra de Faulkner se divide em três períodos:
Primeiro período: é considerado o período de experimentação e aprendizado do autor. Desse período fazem parte as criações literárias iniciais, como o romance Sartoris e alguns pequenos contos. Sua influência aqui é uma literatura estilizada, do final do século XIX dos Estados Unidos e da Inglaterra.
Segundo período: o segundo período é considerado o mais importante da obra de William Faulkner. Inicia-se com sua magna obra, Som e fúria. O autor define seu estilo de escrita e sua temática nessa fase. Suas narrativas são violentas e intensas. É nesse período que Faulkner começa a escrever com uma complexidade que confunde os leitores menos experientes e desavisados.
No segundo período, Faulkner também experimenta. Escreve uma narrativa que é contada por diversos pontos de vista diferentes, alguns até em simultâneo. Ele desenvolve uma técnica já usada antes dele, de escrever variados contos que, ao final, formam um único romance. De certa forma, Faulkner é conhecido por sua ousadia literária.
Terceiro período: o terceiro e último período da obra do autor marca sua prisão ao próprio estilo rebuscado e por vezes caótico demais para ser compreendido. Continua a criticar cada vez mais o sul dos Estados Unidos. Nesse momento, os alvos de suas críticas passam a ser os negros do sul do país, por sua passividade diante de sua situação de subserviência.
William Faulkner nasceu em 25 de setembro de 1897, trinta anos após a derrota do sul dos Estados Unidos na Guerra da Secessão. Era descendente de uma família renomada e ilustre, que perdeu uma boa parte da condição social e financeira com o fim da guerra e a abolição da escravatura.
Faulkner nunca tentou reproduzir o ambiente hostil, degenerado e decadente no qual viveu. Ao contrário, sua escrita tentava reconstruir a história do passado de sua terra. O autor era um homem humilde, tímido, que recusava os holofotes e a pompa da vida de escritor. Trabalhou como carpinteiro, pintor de paredes e foi chefe dos correios.
Ele faleceu em 6 de julho de 1962, por problemas cardíacos.
References:
https://www.britannica.com/biography/William-Faulkner