Filippo Tommaso Marinetti foi um importante escritor e ativista político italiano, destacando-se ainda como um dos fundadores do Movimento Futurista.
Nascido a 22 de Dezembro de 1876, Filippo passou a sua infância em Alexandria, no Egipto, junto com os seus pais Enrico Marinetti e Amalia Grolli, que desenvolviam atividades de consultoria no campo do Direito para empresas estrangeiras no país; originário de uma família com posses e vastos interesses culturais, desde jovem que o futuro autor sempre se interessou muito pela literatura, tendo aos 17 anos fundado uma revista literária no liceu.
Após a conclusão dos seus estudos secundários, Marinetti ingressou na Universidade Sorbonne, em Paris, onde obteve o bacharelato em 1894, tendo posteriormente concluído a sua formação em Direito na Universidade de Pavia, em 1899.
Contudo, após o término dos estudos universitários, o jovem Filippo decidiu que não ambicionava seguir uma carreira na área do Direito, seguindo as pisadas dos seus pais, e optou por dedicar-se a tempo inteiro à escrita, com especial enfoque na poesia, embora também tenha desenvolvido trabalhos na escrita de romances, peças de teatro, e até breves incursões como jornalista.
Apesar dos inúmeros textos em diversos géneros que deixou, e da sua forte intervenção política, Filippo Marinetti é sobretudo conhecido por ter escrito o Manifesto Futurista. Publicado a 20 de Fevereiro de 1909 na capa de um dos jornais mais prestigiados em França, o Le Figaro, o texto é uma ode à arte moderna, um apoio à industrialização, ao progresso e ao romper com correntes clássicas e com o passado; o manifesto, além de inovador, era também muito provocador, com afirmações fortes e controversas, tendo causado grande impacto no meio académico da altura, não só em França mas um pouco por toda a Europa. No entanto, as obras que desenvolveu posteriormente, e que deveriam ser enquadradas no género futurista, passaram um pouco despercebidas, e tanto a prosa e poesia, como as peças de teatro obtiveram pouco sucesso junto da critica especializada e do público em geral.
Pouco tempo depois, em 1911, Marinetti passou a dedicar-se a tempo inteiro ao jornalismo, tendo partido nesse mesmo ano para a Líbia, para fazer a cobertura da Guerra Turco Italiana, e logo de seguida acompanhando a Primeira Guerra dos Balcãs. Alguns anos mais tarde, com o início da Primeira Guerra Mundial, em 1915, o autor juntamente com o seu grupo de futuristas, apoiou fortemente a participação de Itália na guerra, tendo-se até alistado no exército para cumprir aqueles que acreditavam ser os seus deveres cívicos, e participado em diversas batalhas defendendo o seu país.
No final da Primeira Guerra Mundial, Marinetti conheceu Benedetta Cappa, a qual pertencia também ao grupo de defensores do Futurismo, que viria a desposar em 1923 e com quem teria três filhas.
Ainda na altura do pós-Guerra, Marinetti fundou o Partido Político Futurista, que pouco tempo depois se viria a fundir com o Partido Fascista Italiano; o escritor via no fascismo um corte com a tradição e o caminho para a sociedade desenvolvida, industrializada e arrebatadora que queria ver implementada enquanto futurista, chegando mesmo a tentar nomear o Futurismo como o género artístico oficial do regime fascista em vigor no país, embora sem sucesso.
Com o intensificar das leis fascistas e aproximação da Segunda Guerra Mundial, Marinetti foi forçado a moderar a sua posição enquanto acérrimo defensor do Futurismo, visto a sua vontade e necessidade de se manter do lado do regime, e acabou por aceitar um cargo académico, indo contra os seus princípios mais defendendo que o fazia de forma a integrar o Futurismo nas Universidades e estudos nacionais.
Fillipo Marinetti acabaria por morrer ainda antes do fim da Segunda Guerra Mundial, a 2 de Dezembro de 1944, vítima de problemas cardíacos. O legado que deixou, ainda que controverso, é no entanto claramente um marco na história da arte moderna.