Luís de Sttau Monteiro

Luís de Sttau Monteiro ficou na história como um escritor Portguês do século XX, era essencialmente um dramaturgo. Nasceu em Lisboa em 3 de Abril de 1926 e morreu em Lisboa aos 57 anos, em 23 de Julho de 1993. O seu nome completo era Luís Infante de La Cerda de Sttau Monteiro. E foi, em título póstumo, em 1994 agraciado com a Ordem Militar de Santiago da Espada (GOSE).

Era filho de Armindo Rodrigues de Sttau Monteiro e de Lúcia Rebelo Cancela Infante de La Cerda, sobrinha-bisneta do 1.º Barão de Sabroso e do 2º Barão de Sabroso. O seu pai foi embaixador de Portugal em Inglaterra, por isso aos 10 anos (1936) Luís de Sttau Monteiro foi viver para Londres.

Luís de Sttau Monteiro – Advogado, Escritor e Jornalista Português

Contudo, apenas uns 7 anos depois (1943), o seu pai é demitido por António Salazar, o que obriga Luís de Sttau Monteiro, então na adolescência a retornar a Portugal. A sua presença em Inglaterra, certamente contribui para os seus escritos posteriores, pois nota-se uma influência anglo-saxónica nos seus escritos. É influenciado pela época vanguardista que é popular enquanto vive em Londres, e pelo clima de guerra. É no retorno a Portugal, que se forma na Universidade de Lisboa, na Faculdade de Direito (FDUL), em 1951 (aos 25 anos) e inicia a sua vida profissional como advogado, o qual pratica apenas por um curto período de tempo, cerca de dois anos. Depois disso retorna a Londres onde se torna piloto de Fórmula 2.

Ao retornar a Portugal, Sttau Monteiro passa a colaborar como tradutor e publicista em variadas publicações, tais como a revista Almanaque (1960), lugar onde assinou várias críticas gastronómicas sob o pseudónimo Manuel Pedrosa. Além disso participa na produção do suplemento “A Mosca” no Diário de Lisboa, e passa a destacar-se com a sua coluna neste jornal, a sua coluna tem as redações da Guidinha, que posteriormente foram publicadas em livro em 2002.

Obra épica de Luís de Sttau Monteiro que faz parte do Plano de Leitura de Português no Ensino Escolar. Obra censurada na época

Por volta dos seus 34 anos, em 1960, Luís de Sttau Monteiro passa a destacar-se como escritor novelista. A sua primeira obra, nesse ano é Um homem não chora, e posteriormente no ano seguinte edita e publica Angústia para o Jantar. Ganhou alguma notoriedade nesta escrita narrativa, mas foi pelo teatro que centrou as maiores atenções. Ainda em 1961 publica a mais famosa das suas obras, Felizmente há Luar, que faz parte do currículo escolar dos estudantes em Portugal. Sobre Felizmente há Luar, é interessante que tenha sido uma narrativa histórica baseada no General Gomes Freire de Andrade do teatro épico. Mas foi considerada pela censura como uma obra política. Apesar da obra ter sido aclamada e distinguida em 1962 com o Grande Prémio de Teatro da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses a censura proibiu a sua encenação até 1975, já depois da queda do governo ditatorial. Com Felizmente há LuarLuís de Sttau Monteiro iniciou uma temática que continuou a usar nas suas obras seguintes: a defesa do Homem, da liberdade, a luta pela justiça social e a denúncia política. Aquando da publicação da peça, Luís de Sttau Monteiro encontrava-se na prisão, visto que era um suspeito de ter sido colaborador na “intentona de Beja” (1962).

Esta experiência traumática, levou a que voltasse a emigrar, sendo Londres, novamente o destino (e onde permaneceu entre 1962-1967), mas continuou a escrever obras para teatro, entre originais e adaptações.

1963 – Todos os anos pela Primavera

1965 – O Barão (adaptação do romance de Branquinho da Fonseca)

1965 – A mulher que queria o fim do mundo

1966 – Auto da Barca do motor fora de Borda (adaptação do Auto da Barca do Inferno do Mestre Gil Vicente)

Em 1967 foi preso pela PIDE, pois publica duas peças satíricas A Guerra santa e A estátua, onde teceu duras críticas à ditadura e à guerra colonial. No entanto, esta experiência de prisão, durante dois meses leva-o a escrever em 1968 a peça As mãos de Abraão Zacut, cuja ação situa num campo de concentração. Foi representada pela primeira vez em 1969, pelo Teatro Estúdio de Lisboa, com encenação de Luzia Maria Martins.

Em colaboração com Alexandre O´Neill, foi coautor, dos diálogos para o filme de Artur Ramos, Pássaros de Asas Cortadas (1963), uma adaptação da obra homónima de Luiz Francisco Rebello.

1971 – Adapta junto com Artur Ramos A Relíquia de Eça de Queiróz. (Teatro Maria de Matos)

1971 – Sua excelência, sátira social para ser apresentada no Teatro Maria de Matos

1971 – E se for rapariga chama-se Custódia

1974 – Duas peças num acto

1978 – A crónica atribulada do esperançoso Fagundes, obra para ser apresentada primeiro pelo grupo 4 no teatro aberto.

1985 – Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão – (serviu de argumento á novela Chuva na Areia)

 

 

Traduções de peças de Teatro:

1962 – Summer and Smoke (Fumo de Verão) de Tennessee Williams;

1962 – The Dumb Waiter (O monta-cargas) de Harold Pinter.

 

 

 

 

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