Nome | José de Sousa Saramago |
Nascimento | 16 de Novembro de 1922, Azinhaga, Golegã |
Morte | 18 de Junho de 2010 (87 Anos), Tias, Ilhas Canárias, Espanha |
Ocupação | Serralheiro mecânico, funcionário administrativo, técnico editorial, escritor, tradutor, jornalista, poeta, cronista, dramaturgo, contista, romancista, teatrólogo, argumentista, ensaísta. |
Religião | Ateu |
Principais Obras | Ensaio Sobre a Cegueira;Memorial do Convento;O Evangelho Segundo Jesus Cristo. |
Cônjuge (s) | Ilda Reis (1944-1970) Isabel da Nóbrega (1970-1986); Pilar del Rio (1988-2010) |
Prémios |
José Saramago nasce em 16 de Novembro de 1922, na Golegã, filho de camponeses. Era originário da Aldeia da Azinhaga província do Ribatejo. Os seus pais migraram depois para Lisboa quando ele não havia ainda completado ainda dois anos. Portanto, grande parte da sua vida decorreu na capital, embora até aos primeiros anos da idade adulta fossem numerosas, e por vezes prolongadas, as suas estadas na aldeia natal.
O próprio descreve assim as circunstâncias relacionadas ao seu nascimento:
“Nasci numa família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena povoação situada na província do Ribatejo, na margem direita do rio Almonda, a uns cem quilómetros a nordeste de Lisboa. Meus pais chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade. José de Sousa teria sido também o meu nome se o funcionário do Registo Civil, por sua própria iniciativa, não lhe tivesse acrescentado a alcunha por que a família de meu pai era conhecida na aldeia: Saramago. (Cabe esclarecer que saramago é uma planta herbácea espontânea, cujas folhas, naqueles tempos, em épocas de carência, serviam como alimento na cozinha dos pobres). Só aos sete anos, quando tive de apresentar na escola primária um documento de identificação, é que se veio a saber que o meu nome completo era José de Sousa Saramago… Não foi este, porém, o único problema de identidade com que fui fadado no berço. Embora tivesse vindo ao mundo no dia 16 de Novembro de 1922, os meus documentos oficiais referem que nasci dois dias depois, a 18: foi graças a esta pequena fraude que a família escapou ao pagamento da multa por falta de declaração do nascimento no prazo legal.“
José Saramago fez estudos secundários, mas por dificuldades económicas não prosseguiu até outras áreas. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, e exerceu depois várias profissões como: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. O seu primeiro livro foi um romance, Terra do Pecado, em 1947, e depois entrou num hiato sem publicar até 1966. Durante doze anos trabalha numa editora e exerce funções na direção literária e na produção. Como crítico literário colabora na revista Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino.
Segundo o próprio:
“Fui bom aluno na escola primária: na segunda classe já escrevia sem erros de ortografia, e a terceira e quarta classes foram feitas em um só ano. Transitei depois para o liceu, onde permaneci dois anos, com notas excelentes no primeiro, bastante menos boas no segundo, mas estimado por colegas e professores, ao ponto de ser eleito (tinha então 12 anos…) tesoureiro da associação académica… Entretanto, meus pais haviam chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. A única alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional, e assim se fez: durante cinco anos aprendi o ofício de serralheiro mecânico. O mais surpreendente era que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente orientado para formações profissionais técnicas, incluía, além do Francês, uma disciplina de Literatura. Como não tinha livros em casa (livros meus, comprados por mim, ainda que com dinheiro emprestado por um amigo, só os pude ter aos 19 anos), foram os livros escolares de Português, pelo seu carácter “antológico”, que me abriram as portas para a fruição literária: ainda hoje posso recitar poesias aprendidas naquela época distante. Terminado o curso, trabalhei durante cerca de dois anos como serralheiro mecânico numa oficina de reparação de automóveis. Também por essas alturas tinha começado a frequentar, nos períodos nocturnos de funcionamento, uma biblioteca pública de Lisboa. E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.”
Além do supra citado, Saramago também pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Casou com Pilar del Río em 1988, sendo este o seu terceiro casamento e em Fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura.
O autor Português José Saramago, faleceu a 18 de Junho de 2010.
Duas áreas da vida em que Saramago expressou fortes opiniões foi no pensamento político e religioso.
Política
Após o 25 de Abril, tornou-se adjunto do diretor Luís de Barros, no Diário de Notícias. Aqui começa a utilizar o jornal para lutar para fazer de Portugal um estado socialista. O próprio disse que o jornal seria um “instrumento, nas mãos do povo português, para a construção do socialismo“. Nesse próprio ano publicou quase uma centena de artigos, na primeira página, sob o verbete Apontamentos que funcionavam como editorial do jornal. Aqui demonstrou que tinha um pensamento comunista. Além disso, demonstrou na sua vida uma posição crítica em relação a Israel no conflito com os palestinianos.
Outra das áreas em que Saramago teve grandes debates foi com relação à religião. Refere-se à Igreja Católica como fascista. Além disso, em várias das suas obras usa a Bíblia como base da mesma (Evangelho Segundo Jesus Cristo e Caim). Muitas das suas polémicas foram contra a Igreja Católica e contra a Bíblia, dizendo que a mesma era um manual de maus costumes.