O hipérbato (do grego hypérbaton que, em português, significa “inversão” ou “transposição”) é um recurso expressivo que consiste na inversão, muitas vezes drástica, da ordem natural das palavras na frase, geralmente através da intercalação de outros sintagmas.
Neste sentido, e atuando ao nível da sintaxe, o hipérbato permite realçar uma palavra, ou uma ideia, quer seja no registo escrito, quer seja no registo oral. Desempenha um papel fulcral no âmbito da argumentação, pois a inversão das palavras faz destacar as partes mais dedutivas de um argumento. É, também, uma mais-valia ao serviço da poesia, na medida em que permite que se cumpram as exigências do verso, relativamente às sílabas métricas ou ao esquema rimático.
Exemplo de um hipérbato:
“Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe.”
Nota: Embora haja uma linha bastante ténue a separar as definições de hipérbato e de anástrofe, o primeiro recurso expressivo contempla sempre um sentido mais lato, na medida em que abrange a ordem habitual das frases e, por norma, a alteração é mais violenta do que aquela que se observa na anástrofe. Esta, por sua vez, diz respeito apenas à inversão da ordem natural das palavras que são “vizinhas” na frase.
