Quem foi Graciliano Ramos?
Graciliano Ramos foi um importantíssimo escritor da literatura brasileira. Foi um exímio romancista, cronista e contista, além de ter atuado como memorialista, jornalista e político ao longo de sua carreira. Ele é mais conhecido por sua obra Vidas secas, um romance modernista e, ao mesmo tempo, regionalista, visto como um dos maiores clássicos da literatura brasileira.
Graciliano nasceu em 27 de outubro de 1892, em Alagoas. Pertencia a uma numerosa família de classe média, que, durante boa parte de seus primeiros anos de vida, migrou por variadas cidades do Nordeste brasileiro. Era o filho mais velho e tinha quinze irmãos, sendo que três deles morreram de peste bubônica.
O autor trabalhou como jornalista no Rio de Janeiro, mas voltou para Alagoas em 1915, após a morte dos irmãos. Em Alagoas permaneceu alguns anos e estabeleceu sua vida pessoal e profissional lá, trabalhando junto ao pai, um comerciante. Casou-se com Maria Augusta de Barros, com quem teve quatro filhos e que morreu em 1920.
Em 1927, tornou-se prefeito de Palmeira dos Índios. Ficou na Prefeitura por apenas dois anos, tendo renunciado em 1930. Alguns de seus relatórios enquanto prefeito chamaram a atenção de um editor carioca, que o estimulou a publicar seu primeiro romance, em 1933, Caetés. Entre 1930 e 1936 viveu em Maceió, cidade onde trabalhou como diretor da Imprensa Oficial. Foi ainda professor e diretor da Instrução Pública do Estado de Alagoas.
Sua segunda obra foi publicada em 1934, São Bernardo. Graciliano Ramos foi preso em 1936, após a famosa manifestação conhecida como Intentona Comunista. Alguns amigos, entre eles José Lins do Rego, publicou sua terceira obra, chamada Angústia, que é considerada por muitos críticos e estudiosos como sua melhor criação.
Sua experiência enquanto preso político, devido a sua relação clara com o comunismo, inspirou a produção do texto Baleia. Baleia deu origem ao romance Vidas secas, que transcendeu o próprio autor e se tornou parte do cânone máximo da literatura brasileira. Ele foi publicado em 1938, período em que Graciliano Ramos se estabeleceu de vez no Rio de Janeiro e passou a trabalhar como Inspetor Federal de Ensino.
Nos anos seguintes, Graciliano Ramos dividiu sua vida literária com a vida política. Em 1945, filiou-se ao PCB, Partido Comunista do Brasil, que estava sob o comando de Luís Carlos Prestes. O autor, inclusive, chegou a viajar para diversos países europeus ligados à União Soviética. Enquanto isso, continuou sua produção literária, embora sem obras de impacto maior do que Vidas secas.
Graciliano Ramos adoeceu muito em 1952. O autor morreu em 20 de março de 1953, graças a um câncer de pulmão. Ele tinha 60 anos.