Gongorismo, também apelidado de Cultismo ou Culteranismo, é um estilo literário criado no século XVII pelo poeta espanhol, Luis de Góngora y Argote, que lhe deu o nome. Esta forma de escrita, utilizada sobretudo na poesia, mas também em alguns textos em prosa, esteve muito em voga ao longo dos séculos XVII e XVIII na Península Ibérica, tanto em Portugal como em Espanha, e posteriormente em alguns países da América Sul de língua espanhola, e também no Brasil.
O gongorismo, que pode ser inserido na categoria de Literatura Barroca, caracteriza-se sobretudo pelos excessos típicos desta corrente, com uma escrita muito ornamentada, rebuscada até e por vezes de difícil compreensão, exageros tanto na forma de escrita como na própria narrativa, numa tentativa de fugir à utilização convencional da linguagem, e com recurso a diversas figuras de estilo, com destaque para as metáforas e hipérboles. As temáticas abordadas eram diversas, havendo contudo uma inclinação para temas religiosos e de ligação com a Natureza.
A dispersão do sentido do sentido dos textos, e o seu teor muitas vezes enigmático, como forma de desafio à cultura e inteligência dos leitores e à representação de extrema erudição, foram motivos de objeção por parte de alguns círculos literários época, sendo este estilo amplamente criticado, sobretudo pelos seguidores da corrente do Quevedismo, também conhecida como Conceptismo, criada pelo escritor espanhol Francisco de Quevedo y Villegas.
Contudo, apesar das críticas e reações inflamadas que causou, o Gongorismo rapidamente se espalhou, não só por Espanha, mas até Portugal e, posteriormente, às colónias de ambos os países na América do Sul, tendo sido um estilo adotado por reconhecidos escritores. Exemplos de autores gongoristas são Sor Juana Inés de la Cruz, Dámaso Alonso, Francisco Manuel de Melo ou Gregório de Matos, entre outros.