O diário diz respeito a um texto de cariz pessoal, no qual se registam as várias vivências e experiências do narrador. Por norma, este género textual apresenta uma sucessão de notas datadas, através das quais os factos vão sendo narrados à medida que vão ocorrendo, ou seja, respeita a ordem cronológica dessas mesmas vivências ou experiências.
Neste sentido, a escrita diarística distingue-se pelo seu carácter fragmentário, isto é, cada texto funciona como uma unidade isolada, oferecendo, deste modo, ao leitor a possibilidade de aceder às várias histórias sem ser de forma linear.
Embora os textos diarísticos possam abordar vários assuntos, verifica-se que aqueles que se pautam por um carácter intimista centram-se, normalmente, num processo de introspeção, análise e descoberta interior. Por esta razão, o diário é, regra geral, redigido na primeira pessoa e significativamente marcado pela subjetividade.
Contudo, a partir do século XX, mais do que um carácter intimista, este género textual começou a abarcar em si várias reflexões sobre a sociedade, ou o mundo, como é o caso, no panorama nacional, de Miguel Torga, Bernardo Soares e José Saramago e, no panorama internacional, de Anne Frank.