Construtivismo

Construtivismo ou construtivismo russo foi um estilo pertencente ao movimento do Abstraccionismo Geométrico da produção Artística, representou um movimento de vanguarda artística (artes plásticas, escultura, arquitectura, cenografia, dança, fotografia, design) que surgiu no início do século XX na capital russa e durou até meados da década de 1920.

Teve inicio e principal desenvolvimento na cidade de Moscovo, pouco depois do fim da Primeira Guerra Mundial e teve sua origem nas obras e teorias dos irmãos escultores Naum Gabo e Antoine Prevsner. Ambos lançaram em 1920 um Manifesto realista no qual explicavam as ideias do construtivismo. A este movimento aderiram-se outros artistas russos como Vladimir Tatlin, Aleksandr Rodchenko, El Lissitzky e Naum Gabo.

A sociedade projectada num contexto revolucionário mobiliza os artistas em torno de produções concretas para o povo. A pintura e a escultura são pensadas como construções, e não como representações, mais próximas da arquitectura em termos de materiais, procedimentos e objectivos.

O construtivismo renunciava à estética da massa, substituindo-a pela estética de linhas e planos. Abrangeu a todas as áreas das artes plásticas, mas sobressaiu sobretudo na escultura.

Foi um movimento repetidamente relacionado com o cubismo, porque, também a arte construtivista apresentava relacionamentos simples de formas geométricas, às quais podem ser reduzidas todas as formas naturais, segundo definiu o pintor Cezánne de que, na natureza, todo se aproxima à esfera, ao cone ou ao cilindro.

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Proun Vrashchenia – El Lissitzky, 1919

Os artistas construtivistas, sobretudo os precursores e fundadores do movimento Vladimir Tatlin, Aleksandr Rodchenko, El Lissitzky e Naum Gabo, utilizaram a tridimensionalidade, o relevo, o objecto industrial, a fotografia, a tipografia e a moda para expressarem os ideais do movimento.

O construtivismo, aproxima os relevos tridimensionais de Vladimir Tatlin, a obra de Alexander Rodchenko e os trabalhos dos irmãos Antoine Pevsner e Naum Gabo, signatários do Manifesto Realista de 1920, que sob influência de Malevich defendem uma arte livre de finalidades práticas e comprometida com a pura visualidade plástica.

O Construtivismo teve influência profunda na arte moderna e no design moderno e está inserido no contexto das vanguardas estéticas europeias do início do Século XX. Algumas manifestações influenciadas pelo construtivismo são De Stijl e Bauhaus.

Para o construtivismo, a pintura e a escultura são pensadas como construções, e não como representações, guardando proximidade com a arquitectura em termos de materiais, procedimentos e objectivos. Caracterizou-se, de forma bastante genérica, pela utilização constante de elementos geométricos, cores primárias, fotomontagem e a tipografia modernas e san serif.

Na arquitectura, o construtivismo pode ser considerado como uma parte do funcionalismo que abandonou a decoração ajustando-se exclusivamente à construção e não, ao efeito estético, porque esse lhe é atribuído somente pelo relacionamento entre massa-espaço.

Podem ser citados como exemplos do construtivismo, por exemplo, o projecto do monumento que Vladimir Tatlin apresentou em Moscovo para a III Feria Internacional; o croqui manuscrito do edifício do jornal Prawda , em Leningrado (1923), pelos irmãos Alexander e Vladimir Vesmin; ou o projecto Estiranubes de Lissitzky e Mart Stam.

A consideração das especificidades do construtivismo russo não devem apagar os elos com outros movimentos de carácter construtivo na arte, que ocorrem no inicio do século XX, por exemplo, o grupo de artistas expressionistas reunidos em torno de Wassily Kandinsky no Der Blaue Reiter [O Cavaleiro Azul], em 1911, na Alemanha; ou De Stijl [O Estilo], criado em 1917, que agrupa Piet Mondrian, Theo van Doesburg e outros artistas holandeses ao redor das pesquisas abstractas e o Suprematismo, fundado em 1915 por Kazimir Malevich, também na Rússia.

Isso sem esquecer os pontos e características significativas do construtivismo, que se fazem presentes, de diferentes modos, no cubismo, no dadaísmo e no futurismo italiano.

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References:

CHILVERS, Ian. Diccionario del arte del siglo XX. Editorial Complutense, 2001

DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte moderna. Cosac & Naify. São Paulo, 2003

FILHO, Duilio Battistoni. Pequena História Da Arte. Papirus Editora, 1989

NOGUEIRA, Isabel. Teoria da arte no século XX, 2ª Edição. Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press, 2014

RICKEY, George. Construtivismo – Origens E Evolução. Cosac & Naify, 2002

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