Concretismo

Concretismo ou Arte Concreta, foi um movimento artístico e cultural pertencente ao Estilo do Abstraccionismo Geométrico da produção Artística do Século XX.

O concretismo foi um movimento vanguardista que ocorreu nas artes plásticas, na música e na poesia. Surgiu na Europa, na década de 1950, e teve seu auge até a década de 1960. Os artistas precursores deste movimento foram: Max Bill nas artes plásticas, Pierre Schaeffer na música e Vladimir Mayakovsky na poesia.

Nas artes plásticas, o concretismo surge como uma evolução do Abstraccionismo e não como uma oposição a esse movimento. O concretismo deve ser compreendido como parte do movimento abstraccionista moderno, com raízes nas experiências de projectos anteriores, como a do grupo De Stijl [O Estilo], criado em 1917, na Holanda por Piet Mondrian, Theo van Doesburg, entre outros.

O termo concretismo é usado por Theo van Doesburg, em Paris, no Manifesto da Arte Concreta. Na revista Art Concret, fundada em 1930. Ele lançou as bases conceituais da Pintura Concretista:

  • A arte é universal;
  • A obra de arte deve ser inteiramente concebida e formada pelo espírito antes da sua execução […];
  • O quadro deve ser inteiramente construído com elementos puramente plásticos, isto é, planos e cores. Um elemento pictural só significa a ‘si próprio’ e, consequentemente o quadro não tem outra significação que ‘ele mesmo’;
  • A construção do quadro, assim como os seus elementos, deve ser simples e controlável visualmente;
  • A técnica deve ser mecânica, isto é, exacta, anti-impressionista;
  • Esforço pela clareza absoluta”.

A pintura concreta é “não abstracta”, afirma Van Doesburg no seu manifesto, “pois nada é mais concreto, mais real, que uma linha, uma cor, uma superfície”. Max Bill explora essa concepção de arte concreta defendendo a incorporação de processos matemáticos à composição artística e a autonomia da arte em relação ao mundo natural. A obra de arte não representa a realidade, mas evidencia estruturas, planos e conjuntos relacionados, que falam por si mesmos.

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Poster do designer Jeremy Wan para a Exposição Max Bill, Concrete Art

Menos que alardear um novo movimento, a noção de arte concreta visa rediscutir a linguagem plástica moderna.

Linha, ponto, cor e plano não figuram nada e são o que há de mais concreto numa pintura. Segundo Doesburg, um nu feminino, uma árvore ou uma natureza-morta pintados não são elementos concretos, mas abstracções. O que há de concreto numa pintura são os elementos formais. Os princípios do concretismo afastam da arte qualquer conotação lírica ou simbólica. O quadro, construído exclusivamente com elementos plásticos, não tem outro significado senão ele próprio.

Seguidor das ideias de Theo Van Doesburg, Max Bill, nascido na Suíça, em 1908, dá continuidade ao concretismo a partir de 1936. Sediado na Suíça, o movimento espalha-se pela América Latina, Argentina e, posteriormente, Brasil e Alemanha.

Os suíços, especialmente Max Bill, Richard Paul Lohse, Verena Loewensberg, recolocam o problema da bidimensionalidade do espaço pictórico introduzido pelo cubismo ao definir o quadro como suporte sobre o qual a realidade é reconstruída, e passível de ser apreendida de múltiplos ângulos. Assim, com os concretos, a pintura se aproxima de um modo cada vez mais radical da escultura, da arquitectura e dos relevos.

Da pauta do grupo fazem parte também pesquisas sobre percepção visual, informadas pela teoria da Gestalt, e a defesa da integração da arte na sociedade pela participação do artista nos vários sectores da vida urbana, ênfases da Hochschule für Gestaltung (HfG) [Escola Superior da Forma], fundada por Max Bill, em Ulm, Alemanha, em 1951, e que dá prosseguimento ao projecto Bauhaus, Escola Superior de Criação Industrial que leva a arte para o design.

O movimento concretista também encontra precedentes imediatos nos holandeses Mondrian e Theo Van Doesburg, que rejeitam a subjectividade e criam um idioma plástico universal. No movimento russo, o construtivismo, que além de uma arte visual e abstracta, propõem uma arte integrada à ciência, à técnica, à transformação social.

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References:

CHIPP, Herschel Browning & SELZ, Peter. Theories of Modern Art: A Source Book by Artists and Critics. University of California Press, 1968

EIMERT, Dorothea. Art of the 20th century. Parkstone International, 2016

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MORGAN, Ann Lee. Historical Dictionary of Contemporary Art. Rowman & Littlefield, 2016

PEDROSA, Mário, AMARAL, Aracy (org.). Mundo, homem, arte em crise. Perspectiva. São Paulo,1975

SCHIMPF, Simone. Concrete art: the Heinz and Anette Teufel Collection in the Kunstmuseum Stuttgart. Hatje Cantz Verlag GmbH & Company KG, 2009

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