Nome | Luís Vaz de Camões |
Nascimento | Incerto, sugere-se 1524 ou 1525, Lisboa |
Filiação | Incerta, sugere-se que Simão Vaz de Camões e Ana de Dom Fernando |
Ocupação | Poesia, Militar |
Principal Obra | Os Lusíadas |
Morte | 10 de Junho de 1580 |
Luís Vaz de Camões refere-se a um poeta português e o escritor da maior epopeia com os portugueses como pano de fundo, Os Lusíadas. Existem no entanto poucas referências a Camões, tudo o que se sabe baseia-se em conjeturas e incertezas.
Sugere-se que em 1524 ou 1525 tenha nascido em Lisboa, filho de uma família da pequena nobreza. O Padre Manuel Correia, que conheceu Camões diz que o seu pai chamava-se Simão Vaz de Camões e Dona Ana. Pensa-se que tem ascendência galega. Parece que recebeu uma educação sólida em latim, literatura e história e que até o ano de 1542 esteve a estudar em Coimbra. Segundo a tradição com o tempo frequentou a corte del rei D.João III e iniciou a sua carreira como poeta lírico. Nesta ocasião envolveu-se com damas da nobreza e plebeias, além de uma vida boémia e turbulenta. Ao que parece, em vista de um amor frustrado exilou-se em África e combateu como militar. Foi aí, nessas guerras em África, mais concretamente em Ceuta, que perdeu o seu olho direito. Parece que este exílio ocorreu entre 1545-1548. De regresso a Portugal, feriu um servo do Paço, o que fez com que fosse preso. Após o seu perdão partiu para o Oriente que tinha uma imensa pegada portuguesa. Viajou na nau São Bento, da frota de Fernão Álvares Cabral, que largou do Rio Tejo, a 24 de março de 1553. Nesta viagem, perderam-se três das quatro naus que partiram rumo à Índia, e apenas a de Luís de Camões aportou em Goa no ano seguinte. É aqui, a Oriente que a sua vida tem mais detalhes. Por lá combateu ao lado dos portugueses, foi preso por várias vezes e foi também a oriente que escreveu a obra Os Lusíadas. Enquanto viajava de Macau de regresso a Goa, a tradição diz que naufragou junto à foz do Rio Mekong. Aparentemente apenas se salvou ele e o manuscrito d’Os Lusíadas, evento que lhe inspirou as célebres redondilhas Sobre os rios que vão, consideradas por António Sérgio a coluna vertebral da lírica camoniana, sendo reiteradamente citadas na literatura crítica. O trauma do naufrágio, conforme disse Leal de Matos, repercutiu mais profundamente numa redefinição do projeto d’Os Lusíadas, sendo perceptível a partir do Canto VII. Depois de muitas peripécias, retornou a Portugal. De regresso a Portugal, teve a oportunidade de publicar a sua obra, já depois de a salvar do naufrágio e recebeu uma pequena pensão, 1500 reis anuais com o qual ele se manteve até a sua morte. Este pagamento foi dado por D. Sebastião, pelos serviços prestados à corte, e ainda assim Luís de Camões encontrou sérias dificuldades para se manter. Após a sua morte , foi colectada toda a sua obra lírica na obra Rimas. Além disso, deixou também três obras de teatro cómico. Durante a sua vida Camões queixou-se por diversas vezes de alegadas injustiças que sofrera, e da sua obra receber escassa atenção, no entanto, pouco tempo depois da sua morte a poesia de Luís Vaz de Camões começou a receber reconhecimento e a ser encarada como valiosa e com grande padrão estético por vários nomes importantes da literatura europeia, o que fez com que ganhasse um crescente prestígio entre o público e os conhecedores e Camões passou a influenciar gerações de poetas em vários países. Em Portugal é reconhecido como o maior nome da literatura e da poesia e a sua obra é considerada nas escolas. Isto acontece porque Camões foi um renovador do idioma português, além de ter estabelecido um duradouro cânone. Ele é um dos símbolos mais fortes de identidade da sua pátria além de ser uma referência para toda a comunidade lusófona internacional. Durante os dias atuais, a sua fama está solidamente estabelecida sendo considerado um dos grandes vultos literários da tradição ocidental. A sua obra está traduzida para vários idiomas e é objeto de um vasto número de estudos críticos.