Antero de Quental

Nome Antero Tarquínio de Quental
Nascimento 18 de Abril de 1842, Ponta Delgada
Morte 11 de Setembro de 1891, 49 anos, Ponta Delgada
Ocupação Escritor, Poeta, Filósofo, Político
Filiação Fernando de Quental e Ana Guilhermina da Maia
Principais Obras Odes ModernasSonetos Completos

 

Antero Tarquínio de Quental refere-se a um escritor e poeta português do século XIX, que foi um dos personagens

Antero de Quental

fundamentais no desenvolvimento da Geração dos Setenta. Nasceu a 18 de Abril de 1842, em Ponta Delgada nos Açores, filho de Fernando de Quental e de Ana Guilhermina da Maia.

Podemos colocar a obra de Antero de Quental em diferentes períodos da sua vida. Ao passo que, nos primeiros anos da sua actividade, Antero foi um pensador instável, conhecendo sucessivas fases de evolução do seu ideário, ora de entusiástico idealismo, ora de negação e descrença, posteriormente, já no final da vida, Antero apresenta-se numa fase de maturidade e serenidade crítica. Esta última fase correspondem aos seus mais profundos textos em prosa, com destaque para A filosofia da natureza dos naturalistas (1886) e sobretudo para as Tendências gerais da filosofia na segunda metade do século XIX. (1890).

Apesar de ter nascido na Ilha de São Miguel nos Açores, Antero de Quental cedo mudou-se para Coimbra, logo aos 16 anos. Foi ali que estudou Direito, e manifestou as suas primeiras tendências socialistas que marcariam o pensamento ao longo da sua vida. Estas ideias socialistas levaram-no depois à fundação do Partido Socialista Português. Ainda na Cidade onde estudou fundou A Sociedade do Raio que tinha o objetivo de renovar o gosto do país pela literatura.

Em 1865 Antero de Quental, já depois de ter publicado os seus primeiros sonetos, e de ter publicado Odes Modernas, foi fortemente atacado por António Feliciano de Castilho. Assim levantou-se a Questão Coimbrã. Esta foi uma polémica literária que ocorreu em que se contrapunha os defensores do status quo desactualizados em relação à cultura europeia, e um grupo de

Odes Modernas de Antero de Quental

jovens escritores estudantes em Coimbra (o que incluía Antero de Quental), que haviam assimilado as novas ideias. A resposta ao debate intelectual criado foi a a publicação, por parte de Antero de algumas obras em resposta. Sendo assim, como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. Antônio Feliciano de Castilho, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais.

Foi a época da vida, em que Antero mudou-se para Lisboa e experimentou a vida de operário. Entre outras coisas, trabalhou como tipógrafo, profissão que também exerceu brevemente durante a sua passagem por França em 1867. Em 1868 retornaria a Lisboa e formaria o Cernáculo, que incluía outros pensadores e escritores portugueses como Eça de Queiróz, Ramalho Ortigão e o seu amigo Oliveira Martins. Com Oliveira Martins fundaria em 1869 o jornal A República. Durante este período manifestou algumas ideias que promoviam a anarquia, apresentando-las mesmo aos delegados da Associação Internacional dos Trabalhadores.

Estas ideias sociais cresceram e formaram uma publicação, chamada O Pensamento Social, em que junto com José Fontana era co-fundador. Isto acontece em 1872. Durante este período, Antero de Quental ia colaborando com outras publicações periodicamente. Quando herdou uma considerável herança em 1873, conseguiu passar a viver dos seus rendimentos, mas uma tuberculose, fez com que tivesse que parar durante um ano de descanso a sua obra de ação social e desenvolvimento intelectual do país.

Desta época em diante, passa a viver no Norte do País, entre o Porto, Vila do Conde e outras localidades ao Norte do País, e é ai que publica a obra que os críticos consideram como o ápice da sua obra, Sonetos Completos, com características autobiográficas.

O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor da sua vida: “Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz.

Entretanto, havia adotado as duas filhas de um amigo falecido. Retornou a Lisboa em 1891, para casa da sua irmã Ana Quental. Nesta época já manifestava características de um distúrbio psiquiátrico, provavelmente o distúrbio bipolar. Estava então em

Nota 5000 Escudos com a face de Antero

estado de depressão prolongada. Retornou aos Açores ainda no mesmo ano, em Junho, e já na sua terra Natal cometeu suicídio. Fê-lo por dar dois tiros, num banco de jardim junto ao Convento de Nossa Senhora da Esperança, onde está na parede a palavra Esperança. Fê-lo por volta das 20:00 horas. Tinha então 49 anos.

Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada.

Posteriormente, foi impressa uma nota de 5.000$00 Chapas 2 e 2A de Portugal com a sua imagem.

Obras principais de Antero de Quental:

Poesia:

– Sonetos, 1861;

– Beatrice, 1863;

– Odes Modernas, 1865;

– Primaveras Românticas – Versos dos Vinte Anos, 1872;

– Sonetos, 1881;

– Sonetos Completos, 1886;

– Raios de Extinta Luz, 1892;
— Prosa Polémica e Folclórica:

– Cartas de Antero de Quental, 1915;

– Cartas Inéditas de Antero de Quental a Oliveira Martins, 1931;

– Cartas Inéditas de Antero de Quental a Wilhelm Storck, 1931;

– Cartas de Antero de Quental a Antônio Azevedo Castelo Branco, 1942.

 

 

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