Os processos fonológicos dizem respeito às modificações sofridas a nível fónico, ou seja, no domínio das unidades sonoras, pelas palavras ao longo dos tempos. Revelam as mudanças do latim até ao português atual.
Este tipo de processos pode ser de inserção, de supressão e de alteração de segmentos.
Processos de inserção (adição) de segmentos:
Prótese – inserção de um segmento em início de palavra.
Ex.: speculu > espello
Epêntese – inserção de um segmento no meio da palavra.
Ex.: humile > humilde
Paragoge – inserção de um segmento em fim de palavra.
Ex.: ante > antes
Processos de supressão (queda) de segmentos:
Aférese – supressão de um segmento em início de palavra.
Ex.: episcopu > bispo
Síncope – supressão de um segmento no meio da palavra.
Ex.: veritate > verdade
Apócope – supressão de um segmento em fim de palavra.
Ex.: mare > mar
Processos de alteração de segmentos:
Metátese – consiste na alteração da posição de um ou mais segmentos na palavra.
Ex.: semper > sempre
Assimilação – processo pelo qual uma unidade sonora se torna igual a uma outra, vizinha ou próxima, ou dela se aproxima.
Ex.: persona > pessoa
Dissimilação – processo pelo qual uma unidade sonora se torna diferente de uma outra que lhe é vizinha ou próxima.
Ex.: liliu > lírio
Sonorização – processo pelo qual uma consoante surda se torna sonora. O /p/ passa a /b/, o /t/ passa a /d/ e o /c/ passa a /g/.
Ex.: lupu > lobo
Vocalização – processo pelo qual uma consoante se transforma em vogal.
Ex.: conceptu > conceito
Palatalização – processo pelo qual se desenvolve uma unidade palatal (/lh/, /nh/ e /ch/) por influência de um som palatal vizinho.
Ex.: clamare > chamar
Redução vocálica – consiste no enfraquecimento de uma vogal em posição átona.
Ex.: mata > matagal
Crase – consiste na fusão de dois segmentos vocálicos iguais num só.
Ex.: seer > ser
Sinérese – consiste na contração de duas vogais num ditongo.
Ex.: lege > lee > lei