Arte aplicada, é o termo utilizado para determinar um tipo de produção artística que se orienta a um nível mais utilitário que estético, porque faz referencia à criação de objectos, de peças e/ou construções úteis ao homem na sua vida quotidiana.
O conceito de arte aplicada é directamente oposto ao conceito de Belas artes.
As artes aplicadas, remetem a alguns sectores da arquitectura, das artes decorativas, do design, das artes gráficas, do design de mobiliário, etc. enquanto as belas-artes remetem à pintura, escultura, gravura, etc..
Essa dicotomia entre belas artes e artes aplicadas tem sido considerada por muitos, como uma das grandes distorções na classificação das actividades “artísticas”, fruto de preconceitos sobre os pré-requisitos e status de um artista.
A origem desta necessidade de separar as artes, está na separação profissional entre artista e artesão e, mais tarde, no século XIX, com a divisão entre artista e designer. Hoje em dia, a arte aplicada diferencia-se da obra de arte, não só, por ser um objecto com uma função ou objectivo específico, mas também por ser obra de um designer.
Para muitos, a denominação de “Arte Aplicada” é questionável, por ser difícil estabelecer seu conceito e a sua real abrangência ou limites.
As “artes industriais, artes aplicadas e artes decorativas são expressões mais ou menos equivalentes, que se aplicam a certos ramos industriais, cujas produções se inspiram em motivos estéticos ou artísticos […]” (CERQUEIRA, 2010, p. 213).
As expressões Arte Aplicada, Arte aplicada à indústria, artes industriais, Desenho Industrial ou artes decorativas, podem ser consideradas sinónimas, visto que todas elas designam ou já designaram a forma plástica ornamental, ou seja, uma criação estética formal de aplicação industrial.
A Arte Aplicada é associada ao contexto do industrial, decorativo ou ornamental seguido da sua literal aplicação à arquitectura, ao design de interiores ou ao design de produto. O termo é usado como abreviação da expressão “arte aplicada à indústria” ou “arte industrial”, representando a ligação entre o objecto industrial e o artístico.
O conceito de Arte Aplicada como uma arte decorativa, ganha uma definição mais explícita quando ligada aos “ramos da indústria cujas obras se revestem de carácter artístico: mobiliário, cerâmica, tapeçaria, etc.”
A partir do inicio do século XX, com o surgimento da arte gráfica, começamos a considerar o design de Comunicação e todas as suas ramificações, como outra, das muitas disciplinas das artes aplicadas.
References:
ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti. Companhia das Letras. São Paulo, 1992
CERQUEIRA, João da Gama. Tratado da Propriedade Industrial. Lúmen Juris. Rio de Janeiro, 2010
CHILVERS, Ian (org.). Dicionário Oxford de arte. Tradução Marcelo Brandão Cipolla. 2.ed. Martins Fontes. São Paulo, 2001
DORFLES. Gillo. Introdução ao Desenho Industrial. Tradução Carlos Aboim de Brito. Edições 70. Lisboa, 2002
LA NUOVA ENCICLOPEDIA DELL’ARTE GARZANTI. Garzanti Editore. Milão, 1986
LAMPUGANI, Vittorio Magnano (ed.). Dictionary of 20th century architecture. Thames and Hudson,1988