Movimentos de cena e movimentos de câmara

O cinema é comummente apelidado de “imagem em movimento”, e de facto o movimento é um dos conceitos basilares em torno do qual se desenrola qualquer filme.

Em cinema, há dois tipos principais de movimento, essenciais e presentes em todos os filmes realizados desde os primórdios da criação daquela que é conhecida como a sétima arte, nomeadamente os movimentos de cena e os movimentos de câmara.

Movimentos de cena

Num filme, em qualquer cena, cada movimento deve ter um motivo e uma intenção específicos. Uma cena pode pedir ou não determinado movimento. O movimento pode juntar, separar, revelar ou esconder alguma coisa. Pode também acelerar ou não uma cena. Os movimentos de cena podem ser classificados da seguinte forma:

Movimento primário – movimento do sujeito ou do objeto

Movimento secundário – movimento da câmara ou da lente (zoom)

Movimento terciário – movimento aplicado na edição

Movimentos de câmara

O movimento de câmara representa o comportamento do espectador em relação à cena, já que a câmara é seu ponto de vista, ou seja, o espectador vê a cena no lugar da câmara.

A principal regra para todos os movimentos de câmara é que estes devem passar despercebidos, devem ser sempre suaves, subtis e uniformes, de modo a que a atenção do espectador não seja perturbada, permitindo que este se concentre na história.

Todos os movimentos de câmara têm um propósito concreto, e devem ser aplicados de forma correta, já que são essenciais na realização de qualquer filme e na transmissão de pontos de vista e do desenrolar da ação.

Os principais movimentos de câmara são:

Plano fixo – tal como o nome indica, a câmara está fixa num determinado ponto, não havendo portanto qualquer tipo de movimento, a não ser o das personagens e objetos em cena.

Panorâmica – movimento de câmara a partir de uma posição fixa. Pode ser empregue para mostrar o ambiente ou acompanhar o movimento de um personagem ou veículo.   A panorâmica deve ser uniforme e ter a mesma velocidade do princípio ao fim. O início e o fim do movimento devem ser estudados antecipadamente definindo-se corretamente o enquadramento nas duas pontas. Quando a panorâmica é realizada para gravar fotografias ou outras cenas fixas, é comum fazer o movimento da esquerda para a direita, que é o movimento de leitura a que o espectador está mais habituado.

Travelling – movimento físico da câmara, na horizontal, que pode acompanhar o movimento da personagem ou de alguma coisa que se move à mesma velocidade.

 

Tilt – movimento da câmara na vertical, normalmente a velocidade lenta, de cima para baixo ou de baixo para cima, revelando aos poucos algo na personagem ou cena.

Chicote (whip pan) – movimento semelhante ao da panorâmica mas mais rápido, passando de um assunto para outro e criando desta forma uma transição entre cenas. Este movimento foi particularmente popular e muito utilizado nos filmes de ação nos anos 70.

Following shot – movimento de câmara que foca a atenção numa personagem, seguindo-a ao longo de diversos cenários, como numa perseguição. Este movimento é normalmente efetuado com uma steadicam ou câmara ao ombro, e combina diferentes movimentos.

Zoom – movimento não da câmara propriamente dita mas sim da sua lente. A partir de um ponto fixo da câmara, pode-se aproximar a imagem, ou fazer zoom in, ou afastar a imagem, apresentando um plano mais alargado, o zoom out.

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