Michel de Ghelderode

Vida e Obra de De Ghelderode: De Ghelderode (Ixelles, 1898 – Bruxelas, 1962) foi um dramaturgo belga, autor de diversas peças de teatro…

Michel de Ghelderode

Michel de Ghelderode

Michel de Ghelderode foi um reconhecido dramaturgo belga. O seu nome de verdadeiro era Adhémar Adolphe Louis Martens, e nasceu a 3 de Abril de 1898 em Ixelles, na Bélgica, uma comuna bilíngue, pelo que desde tenra idade Ghelderode foi encorajado e ensinado a expressar-se nas duas línguas oficiais do país, francês e neerlandês, nomeadamente. Michel era oriundo de uma família de classe média, e cresceu junto dos três irmãos, do pai, o qual exercia funções como arquivista real, e a sua mãe, que era extremamente devota, e cujas influências religiosas acabariam por influenciar alguns trabalhos do dramaturgo.

Durante a sua infância, a saúde de Ghelderode impossibilitou-o de ir à escola por longos períodos, tendo de estar acamado, altura durante a qual desenvolveu um grande gosto pela leitura e escrita, que o viria a acompanhar ao longo da sua vida. De facto, a saúde débil do autor acabaria por ser uma constante ao longo de toda a vida do autor, embora esta nunca tenha afectado a escrita de Ghelderode, o qual escreveu mais de 60 peças de teatro e centenas de contos, além de artigos, ensaios e cartas.

A sua primeira peça, intitulada “La mort regarde à la fenêtre”, terminada em 1916, foi encenada pouco depois, em 1918, e nos anos que se seguiram, o autor continuou a escrever diversas peças, especialmente para o teatro de marionetas “Les Marionnettes de la Renaissance d’Occident”. O seu primeiro grande sucesso foi no entanto alcançado apenas cerca de 10 anos após a sua primeira peça, em 1927, com a subida a palco de “Images de la vie de Saint François d’Assise”; a par com a escrita, Michel de Ghelderode desenvolveu sempre outro tipo de ofícios, primeiro como professor no Instituto Dupuich, e posteriormente seguindo os passos do pai na carreira de arquivista na Câmara de Schaerbeek, além de ser colaborador frequente em diversas revistas. Em 1939, Ghelderode abandonou a escrita dramatúrgica, e nos anos seguintes passou a escrever para o Jornal de Bruges; contudo, a sua obra continuou a ser encenada, tendo um dos seus maiores êxitos sido “Fastes d’enfer”, exibida pela primeira vez em 1949 e que chamou fortemente a atenção tanto do público como da crítica especializada.

A obra de Michel de Ghelderode é pautada pelo simbolismo, violência e obscuridade, com constantes referências à morte, e utilização de adereços macabros, como esqueletos, máscaras assustadoras e diversa parafernália religiosa; o autor foi um dos pioneiros do teatro total, um género dramático que tenta apelar a todos os sentidos, criando emoções fortes no espetador e influenciando o seu intelecto, fazendo-o questionar-se sobre os temas abordados.

O dramaturgo viria a falecer em 1962 , em Bruxelas, deixando um legado que o torna ainda na atualidade um dos mais importantes e prolíficos autores de teatro a nível mundial.

 

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