Cecil Blount DeMille foi um célebre realizador e produtor norte-americano, um dos fundadores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, sendo também considerado um dos criadores de Hollywood enquanto indústria do cinema.
Nascido em agosto de 1881 em Ashfield, no estado do Massachussets, DeMille passou a sua infância e adolescência em Washington, na Carolina do Norte. A família do realizador era de classe média-alta, com uma estreita ligação ao ramo das artes, sendo o seu pai, Henry DeMille, autor de peças de teatro e membro da Academia Americana de Artes Dramática, além de dar extrema importância à fé religiosa, fazendo leituras regulares na Igreja Episcopal; assim, desde cedo que Cecil esteve em contacto com diversos ramos das artes e com a religião, a qual viria a desempenhar um papel preponderante na sua filmografia.
Cecil B. DeMille estudou no Colégio Militar da Pensilvânia, e também na American Academy of Dramatic Arts, onde se formou em 1900. Nesse mesmo ano, DeMille faz a sua estreia como ator numa peça na Broadway, e nos anos que se seguiram escreveu e encenou diversas peças de teatro, seguindo assim as pisadas do seu pai. Em 1913, Cecil B. DeMille iniciou as gravações daquele que viria a ser o seu primeiro filme, “O Exilado” (“The Squaw Man”), escolhendo a Califórnia como local de rodagem; o filme foi um êxito, tanto a nível da crítica artística como financeiramente, estabelecendo assim Hollywood como centro da indústria cinematográfica norte-americana, e local ideal para filmagens. No mesmo ano, DeMille em conjunto com Samuel Goldwyn e Jesse L. Lasky fundaram a Lasky Feature Play Company, uma produtora de cinema que no futuro se viria a tornar a conhecida Paramount Pictures.
Cecil B. DeMille continuou no entanto o seu trabalho enquanto realizador, após “O Exilado” seguiram-se diversas produções de sucessos, pelo que em 1918 DeMille tinha já realizado 30 filmes, sendo considerado um dos principais realizadores de Hollywood.
O género que DeMille mais abordou ao longo da sua carreira foram os dramas bíblicos e históricos, com destaque para “Os Dez Mandamentos” (“The Ten Commadments”), de 1923, e “O Rei dos Reis” (“The King of Kings”), de 1926, sendo este último uma biografia de Jesus Cristo, considerado o maior blockbuster da história do cinema mudo.
Ao contrário do que aconteceu com muitos outros realizadores, DeMille adaptou-se bastante bem à introdução do cinema sonoro, bem como a do cinema a cores, tendo continuado a produzir e realizar diversos filmes de sucesso, de entre os quais se destacam “Cleopatra”, lançado em 1934, “Sansão e Dalila” (“Samson and Delilah”), de 1949, ou “O Maior Espetáculo do Mundo” (“The Greatest Show on Earth”), de 1952.
Ao longo da sua prolífica carreira, durante a qual realizou 70 filmes, Cecil B. DeMille foi nomeado para diversos prémios cinematográficos, entre os quais estão incluídas nomeações para os Óscares e Globos de Ouro, entre outras, tendo ganho um Óscar Honorário em 1950, pelo seu contributo para a arte cinematográfica, o Óscar de “Melhor Filme” com “O Maior Espetáculo do Mundo” e o Óscar Irving G. Thalberg Memorial Award, pela constante produção de filmes de qualidade, em 1953.
A par da sua carreira como realizador e produtor, DeMille popularizou-se bastante devido ao seu trabalho como apresentador de “Lux Radio Theater”, um programa de rádio sobre cinema.
O realizador morreu aos 77 anos, em 1959, sendo ainda hoje considerado um dos mais marcantes realizadores norte-americanos, e tendo deixado um legado inigualável a nível do seu contributo para o desenvolvimento da produção cinematográfica nos Estados Unidos da América.