Al Pacino, com a sua presença e atitude intensa e irreverente, é um dos actores mais conceituados e respeitados de Hollywood, com uma carreira que abarca mais do que cinquenta décadas, e na qual se incluem grandes e importantes clássicos do cinema.
Nascimento e percurso teatral
Al Pacino nasceu no Harlem, em Nova Iorque, em 25 de Abril de 1940. Nascido e crescido no Bronx, Pacino passou grande parte da sua juventude, especialmente após os seus 18 anos, saltando de trabalho em trabalho, tendo oportunidade de ocasionalmente estudar artes performativas e participando em algumas peças da Broadway.
Seria ali que, mais cedo ou mais tarde, Al Pacino conseguiria conquistar uma série de papéis que lhe dariam alguma notoriedade, e que, inclusive, lhe valeriam uma série de prémios, nos quais se incluíram um Tony Award e um Obie Award.
Estreia no cinema
A sua estreia no grande ecrã dar-se-ia em 1969 com o filme “Me, Natalie” (“Sou eu, a Natália”). Posteriormente desempenharia o papel principal em “The Panic in Needle Park” (“Pânico em Needle Park”), protagonizando uma personagem viciada em drogas. Apesar de ambos os filmes não terem tido o melhor desempenho nas bilheteiras, Pacino receberia fortes elogios por parte da massa crítica. Pelo que, em 1972, Francis Ford Coppola convidá-lo-ia para assumir o papel icónico de Michael Corleone no eterno clássico sobre a máfia italiana nos Estados Unidos da América, “The Godfather” (“O Padrinho”). Enquanto Michael, Al Pacino assumia o papel do filho de um chefe da máfia, que acaba por ser irremediavelmente arrastado para o negócio da família. Com o seu desempenho, Pacino seria jogado para as luzes da ribalta, conseguindo uma nomeação para os Óscares para Melhor Actor Secundário. “Serpico”, de 1973, seria o filme que se seguiria, o qual seria um êxito de bilheteira, à luz do que aconteceria também com “The Godfather: Part II” (“O Padrinho: Parte II”), já em 1974. Em ambos, Al Pacino seria nomeado como Melhor Actor Principal para os Óscares.
“Dog Day Afternoon” (“Um dia de Cão”), de 1975, seria outro grande sucesso de bilheteiras, e mais uma vez, Al Pacino conseguiria a sua quarta nomeação para os Óscares. Já em 1977, com “Bobby Deerfield” (“Um Momento, Uma Vida”), a série vitoriosa de êxitos terminaria, uma vez que o filme seria um fracasso de bilheteiras, bem como entre os críticos. Após um par de anos em que se focou no seu regresso à Broadway, Al Pacino regressaria ao grande ecrã com “…And Justice For All” (“…E Justiça Para Todos”), o qual, apesar de não ter satisfeito inteiramente a massa crítica, acabaria por ser uma boa forma de recuperar a sua popularidade junto do grande público.
Após um par de projectos não tão memoráveis no início dos anos oitenta, Al Pacino daria uma das suas prestações mais memoráveis em “Scarface” (“Scarface – A Força do Poder”), no papel de Tony Montana, em 1983. Apesar de não ter tido um sucesso muito expressivo quando da sua estreia, o filme ganharia, anos depois, um estatuto de culto entre os fãs de cinema. No entanto, com “Revolution” (“Revolução”) as coisas piorariam para Al Pacino. Com um orçamento de quase trinta milhões de euros, o filme seria um verdadeiro desastre nas bilheteiras ao não ter conseguido sequer um milhão de dólares. Com esta situação, Pacino acabaria por se retirar do grande ecrã por um período de quatro anos.
Década de 90 e primeiro óscar
O seu regresso ao mundo do cinema dar-se-ia em 1989, com o thriller “Sea of Love” (“Perigosa Sedução”). O filme seria um êxito, e com ele, Al Pacino recuperaria o seu estatuto de estrela. Com “Dick Tracy”, Al Pacino receberia a sua sexta nomeação para os Óscares. Ainda em 1990, parecia que o insucesso perseguir-lhe-ia novamente, visto que “The Godfather: Part III” (“O Padrinho: Parte III”) não se mostraria o sucesso de bilheteiras que todos esperavam que fosse. A comédia romântica “Frankie and Johnny” (“Frankie e Johnny”), pelo contrário, seria um grande êxito, e um ano depois, em 1992, teria um papel de relevância como Ricky Roma no aclamado “Glengarry Glen Ross” (“Sucesso a Qualquer Preço”). Seria, finalmente, com “Scent of a Woman” (“Perfume de Mulher”) que Al Pacino arrecadaria o seu tão esperado Óscar para melhor Actor Principal. Com “Carlito’s Way” (“Perseguido pelo Passado”), Pacino voltaria a colaborar com Brian De Palma, replicando a parceria de “Scarface”. Em 1995, contracenaria com Robert De Niro no thriller policial de Michael Mann “Heat” (“Heat – Cidade Sob Pressão”), um filme que seria muito bem-recebido, quer pelos críticos, quer pelos fãs, que desejavam, há muito, um projecto que envolvesse aqueles dois actores. Em 1997, Al Pacino contracenaria com duas estrelas jovens de Hollywood, primeiro em “Donnie Brasco” juntamente com Johnny Depp, e depois com Keanu Reeves em “The Devil’s Advocate” (“O Advogado do Diabo”).
Projectos mais recentes
Com a entrada no novo milénio, e após alguns projectos de alguma popularidade, Al Pacino voltaria a retirar-se do mundo do cinema por um período de dois anos.
Se havia alguma especulação sobre a possibilidade de Al Pacino não regressar ao grande ecrã, as mesmas seriam abafadas com a série de cinco filmes que protagonizaria no decorrer de 2002 e 2003, entre os quais se destacariam “Insomnia” (“Insónia”) de Christopher Nolan e “Simone”.
Até à data, Al Pacino teve a oportunidade de estrelar em outros tantos filmes, sendo que, mais recentemente, avizinha-se uma colaboração com Robert De Niro e Martin Scorsese, com “The Irishman”, produção que se espera concluída em meados de 2019.