Quem foi Le Corbusier
Le Corbusier, inventou uma nova gramática para a arquitectura moderna, marcou gerações de arquitectos e foi considerado uma das principais figuras do século XX. Para Le Corbusier, “A arquitectura é o jogo sábio, correcto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz”.
Le Corbusier foi, juntamente com Walter Gropius e Mies van der Rohe, um dos principais precursores da Arquitectura Moderna, a sua obra foi essencial para a formação do modernismo.
Le Corbusier foi uma mente criativa e, devido às suas ideias e ao seu conceito estético moderno, revolucionou por completa a maneira pensar sobre a arquitectura e o design de interiores, onde a funcionalidade e conforto deveriam ser sempre a chave de qualquer projecto.
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Le Corbusier(1887 – 1965)
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Le Corbusier, pseudónimo de Charles-Edouard Jeanneret-Gris, nasceu em La Chaux-de-Fonds, na Suíça, no dia 6 de Outubro de 1887. Filho de Edouard Jeanneret, que trabalhava numa fábrica de relógios, e de Jeannerct-Perrct, uma professora de piano.
Com apenas 13 anos entrou para a escola de artes decorativas de sua cidade natal, com o objectivo de trabalhar na indústria dos relógios, seguindo os passos de seu pai e com 15 anos recebe a primeira distinção pelo seu trabalho, com um prémio da Escola de Artes Decorativas de Turim pelo desenho de um relógio. Depois torna-se aluno do arquitecto Charles L’Eplattenier a quem chamava de “meu mestre”. Após deixar a escola, foi incentivado a estudar arquitectura e recebeu de L’Eplattenier a primeira licença para trabalhar em um projecto local.
Em 1907, com apenas 20 anos e o objectivo de aprimorar os seus conhecimentos, realizou uma viagem por toda a Europa, em busca de inspiração. Passou pela Itália, Viena, Munique e Paris, onde esteve em contacto com diversos arquitectos, e conheceu as grandes obras arquitectónicas da antiga Clássica.
Em 1908 trabalhou no escritório do arquitecto francês Auguste Perret, o pioneiro no uso do betão armado, enquanto seguia com a sua formação académica.
Em 1910, a escola de artes de La Chaux-de-Fonds envia Le Corbusier à Alemanha, com o objectivo de estudar os novos movimentos de artes aplicadas. Em consequência de essa viagem, Le Corbusier escreve um livro, intitulado de “Estudo sobre o movimento de arte decorativa na Alemanha”, que será publicado na sua terra natal em 1912. Ainda durante essa viagem, em Berlim, entra em contacto com Peter Behrens, Walter Gropius e Mies Van der Rohe, três das figuras principais do Deutsche Werkbund.
Em 1911, ainda na Alemanha, encontra-se com o arquitecto Heinrich Tessenow, autor da cidade jardim de Hellerau. Duas das obras de Le Corbusier na sua terra natal, a Villa Jeanneret Perret e o Cinema Scala demonstram uma especial influência do encontro com esse arquitecto e com Behrens.
Em 1913, abre o seu próprio escritório com o objectivo de explorar todas as possibilidades do betão armado. Dois anos mais tarde, junto com o engenheiro Max du Bois, desenvolveu um projecto de fundamental importância para a arquitectura moderna, a ideia de reinterpretar a estrutura de betão armado e antecipa e sintetiza sua essência (Suma, 2011), o “sistema Domino” como foi escrito pelo crítico de arquitectura Charles Jencks no livro – Le Corbusier e a revolução contínua em arquitectura. Que consiste num sistema estrutural caracterizado por uma ossada de concreto armado que permite articular a planta e as fachadas do edifício de maneira independente da estrutura. (Suma, 2011)
Em 1917, estabeleceu-se em Paris, onde divido o seu tempo entre a arquitectura e a pintura. Durante esse período, juntamente com o pintor Ozenfant e estabelecem o movimento purista, criando a revista “l’esprit nouveau” (Novo Espírito), onde estreia a sua assinatura, Le Corbusier e através da qual, divulga as suas ideias sobre a “forma pura”, portadora de uma estética nova e racional.
Interessado pelos problemas do planeamento urbano, resultantes do crescimento das cidades, abre em 1922 o seu primeiro ateliê de Arquitectura.
Em 1928, constrói a Villa Savoye, maison Savoye ou simplesmente residência Savoye, considerada um dos maiores ícones da arquitectura moderna do século XX e responsável por influenciar o pensamento projectual de diversos arquitectos em todo o mundo devido à síntese que faz das ideias pregadas por seu autor com relação à nova arquitectura que sugeria para um século, que segundo o próprio, seria marcado pela máquina, pela razão e pelo progresso. Segundo Le Corbusier, a casa é uma máquina de morar e a Villa Savoye foi projectada seguindo tal ideia de forma plena.
Em 1933 redige a Carta de Atenas, um código de princípios gerais que prevê a supressão do traçado das cidades baseado em ruas e quarteirões e propõe a implantação de zonas selectivas, numa divisão de áreas segundo quatro funções (habitar, trabalhar, circular e recrear).
No ano de 1936, Corbusier reúne-se com Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Reidy Alfonso para a construção do Ministério da Educação e Saúde, um marco da arquitectura moderna no Brasil.
De 1945 a 1949 actuou como consultor para a reconstrução de cidades destruídas pela Segunda Guerra Mundial, e viu dois dos seus projectos serem realizados, entre os quais, a famosa Unidade de Habitação de Marselha.
Em 1946 e 1947, junto com Oscar Niemeyer, participou dos estudos para a edificação da sede da ONU, em Nova Iorque. No decorrer dos anos 50, Le Corbusier afastou-se do formalismo do Estilo Internacional e adoptou uma linguagem mais livre e mais expressiva.
Le Corbusier foi um dos mais influentes arquitectos, designers e teóricos do século XX, e a sua promoção do formalismo geométrico teve consequências de grande alcance.
Em 1959, aos 78 anos, Le Corbusier morreu tragicamente, afogado no mar Mediterrâneo.
References:
BOTEY, José Luis Sanz. Arquitectura en el siglo XX: la construcción de la metáfora. Editorial Montesinos, 1998
COHEN, Jean-Louis. Le Corbusier, 1887-1965: el lirismo de la arquitectura en la era mecánica. Taschen, 2004
MONTEYS, Xavier. Le Corbusier – Obras y proyectos. Editorial Gustavo Gili, 2005
SUMA, Stefania. Le Corbusier. 1ª Ed. Folha de S. Paulo. São Paulo, 2011
VEDRENNE, Elisabet. Le Corbusier – Memoria (H.Kliczkowski). H. Kliczkowski-Onlybook, 2002