Apresentação da Paz dos Pirinéus
A Paz dos Pirinéus foi um acordo de paz assinado entre a França e a Espanha, no âmbito da guerra franco-espanhola, em 7 de novembro de 1659. No fim da Guerra dos Trinta Anos, a Espanha recusou assinar o Tratado de Westfália, prosseguindo a luta contra a França, a qual perduraria até setembro 1659, na sequência da derrota da Espanha na Batalha das Dunas em 1658. Portugal acabaria por ser excluído do acordo pelo facto dos signatários considerarem que este deveria, tal como a Catalunha, pertencer ao domínio de Espanha.
O tratado, assinado na ilha dos Faisões, uma pequena ilha fluvial localizada no rio Bidassoa, na fronteira entre os dois países, estabelecia que a França receberia a província flamenga do Artois e o território dos Pirinéus de Rossilhão, e que Luís XIV de França receberia em casamento a princesa espanhola Maria Teresa com a condição de que esta abdicaria para sempre a qualquer pretensão ao trono de Espanha. Na realidade, o acordo marcava um ponto final da hegemonia espanhola na Europa.
D. Luísa de Gusmão, regente de Portugal, compreendia os perigos que este acordo traria para Portugal e para a sua independência e tudo fez para que a França não chegasse a um entendimento com a Espanha. E de facto, uma cláusula secreta do acordo estabelecia que a França não só se comprometia a não dar qualquer auxílio a Portugal, com também a não autorizar a entrada de navios portugueses em portos franceses e a proibir a eventual passagem de tropas estrangeiras por território francês que tivessem como objetivo o auxílio a Portugal. O Cardeal Mazarino, na altura primeiro-ministro de França, enviou mesmo um representante a Portugal, a fim de convencer a regente a aceitar o regresso à situação antes de 1640 com o ‘engodo’ de que os duques de Bragança seriam os governadores hereditários do Reino. D. Luísa de Gusmão não apenas recusou a proposta, como chegou mesmo a cortar relações diplomáticas de Portugal com a França.