O paratexto diz respeito a todo um mundo de elementos, textuais ou gráficos, que acompanham o texto. Neste sentido, o paratexto, que pode ser escolhido e definido pelo autor ou pelo editor, serve para realçar vários aspetos de uma obra, ou de um trabalho científico, e para orientar o leitor.
Além do título, considerado o elemento paratextual mais importante, existem muitos outros que são igualmente importantes aquando da redação de, por exemplo, trabalhos escolares ou universitários:
- índice: elemento paratextual que serve para situar o leitor quanto ao conteúdo de uma obra, listando, assim, os itens que a compõem e a respetiva página onde se encontram. Existem vários tipos de índices, sendo os mais usados o geral, o onomástico, que apresenta uma lista alfabética de todos os autores referidos numa obra, e o remissivo, o qual consiste numa lista alfabética dos assuntos principais referidos numa obra;
- citação: elemento paratextual crucial para evitar o plágio e fazer jus às ideias de outrem. Serve para enriquecer e fundamentar um texto. Pode ser utilizada a citação direta, quando se cita integralmente (ipsis verbis) as ideias de um determinado autor, ou a citação indireta, quando se opta por um resumo ou paráfrase das ideias de um determinado autor, introduzindo expressões como “segundo…”, “nas palavras de …”, ou “de acordo com…”;
- nota final e nota de rodapé: ambas surgem no final do texto, ou no final da página, com o objetivo de explicar, comentar ou simplesmente fazer referência a uma parte específica do texto. Se, por um lado, a utilização destas notas serve o propósito de não saturar o texto com informação adicional, por outro lado, estas também não devem ser excessivas para não quebrar demasiado a leitura do texto.
As notas finais são, normalmente, utilizadas para inserir comentários (explicação de um determinado termo, a título de exemplo), ou para citação de fontes, em alternativa à inserção de citações ou de bibliografia. As notas de rodapé, por sua vez, podem também ser utilizadas para inserir comentários, ou para indicar um autor ou uma obra que esteja previamente referida no texto, sem a referência bibliográfica completa.
- referência bibliográfica: este elemento textual pode ser elaborado de vários modos, mas é fundamental que se mantenha a coerência nas escolhas. Os modelos mais utilizados são o APA (American Psychological Association), ou a norma portuguesa NP 405.
O modelo APA é baseado no sistema autor-data e consiste, por ordem, no nome do autor, em maiúsculas ou em minúsculas, no ano da publicação, entre parênteses, no título da obra, em itálico, volume, número da edição, tradutor, coleção, local da edição, editora e páginas (totais ou consultadas).
Ex.: ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner (1996), Navegações, 3ª edição, Lisboa: Editorial Caminho.
O modelo NP 405 consiste, por ordem, no apelido do autor, em maiúsculas ou em minúsculas, no nome próprio, no título da obra, em itálico, volume, número da edição, tradutor, coleção, local da edição, editora, ano de publicação e páginas (totais ou consultadas).
Ex.: Ricoeur, Paul. Time and Narrative. Vol.3 Tradução de Kathleen McLaughlin e David Pellauer. Chicago: Chicago University Press, 1984.
References:
Paratexto in E-Diconário de Termos Literários http://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/paratexto/
