O existencialismo é uma corrente filosófica surgida no século XIX, e que permaneceu em voga até meados do século XX, sobretudo na época pós Segunda Guerra Mundial, altura em que muitas das principais ideias associadas ao existencialismo surgiram e foram debatidos.
Esta doutrina, conforme o nome indica, centra-se na análise da existência em si, defendendo que esta é a base da experiência humana, posteriormente individualizada através das experiências e conhecimentos de cada um. Desta forma, há uma ideia vinculada a esta filosofia de evolução contínua do ser ao longo da vida, sendo que a existência surge antes da essência, sendo esta uma construção individual posterior.
Apesar de o termo “existencialismo” só ter sido cunhado nos anos 40 do século XX pelo filósofo francês Gabriel Marcel, as suas origens são mais antigas, sendo comummente aceite que o filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard foi o primeiro a desenvolver teorias que são atualmente consideradas existencialistas, tentando desenvolver respostas para a questão do que é o “eu”, e centrando-se sobretudo na liberdade de escolha humana, por oposição a correntes mais deterministas, e na sua capacidade única e intrigante de pensar através de ideias abstratas. Esta base de pensamento foi posteriormente desenvolvida por muitos outros filósofos, que difundiram o existencialismo pela Europa, com maior destaque para os franceses Albert Camus e Jean-Paul Sartre.
Segundo o existencialismo, primeiro o indivíduo existe no mundo, e só depois se define, o que confere ao ser simultaneamente uma força e uma fragilidade: cada um é responsável por si, pela sua moral, pelas suas escolhas e atos e por aquilo que, no fundo, é; deste modo, à liberdade total de definição da essência humana, une-se a angústia e peso da responsabilização pela orientação do caminho individual a seguir. Segundo o existencialismo, não existe moral a priori, esta é sim uma construção de cada um, já que a liberdade traz consigo a responsabilidade, nem existe nenhum significado no mundo ou na experiência de cada um, exceto aquele significado que cada um lhe atribuir, sendo então também os significados uma construção e não uma característica inata. Nesse sentido, o existencialismo defende que as decisões são tomadas com base no sentido subjetivo que é dado a cada coisa, e não numa racionalidade geral inerente.
Torna-se assim compreensível que uma das maiores críticas colocadas ao existencialismo foi sempre o facto de ser uma corrente extremamente individualista, que dá todas as respostas relativas à existência humana centradas no indivíduo, não tendo em conta construções sociais.
Cada indivíduo é uma construção feita por si próprio, a essência de cada um é feita por si mesmo, de acordo com a corrente existencialista, o que confere ao ser humano um poder e responsabilidade poucas vezes encontrados no campo filosófico, e que torna esta doutrina uma das mais importantes da Filosofia, e que é ainda hoje adotada, estudada e desenvolvida por diversos autores.