Abadia de Whitby

Breve olhar sobre a história da imponente abadia de Whitby

Voltada para o mar do Norte e situada numa colina ventosa e verdejante, em North Yorkshire, mais precisamente na costa nordeste de Inglaterra, a abadia de Whitby foi uma abadia beneditina erigida no ano 657 d.C.. Hoje em dia, restam apenas a majestosa fachada principal do monumento, assim como alguns dos seus arcos e algumas das suas colunas imponentes. Uma percentagem significativa da sua popularidade, que atrai viajantes e turistas oriundos de várias partes do mundo, deve-se ao facto de o escritor irlandês Bram Stoker (1847-1912) se ter inspirado nas ruínas sombrias desta abadia para redigir o clássico da literatura gótica, «Drácula» (1897).

A abadia de Whitby, aquando da sua fundação pelo rei da Nortúmbria, de seu nome Oswiu, recebeu primeiramente o nome de Streoneshalh. A abadessa designada pelo rei para ocupar este cargo religioso foi Hilda, uma figura importante no que diz respeito à conversão ao cristianismo por parte da Inglaterra. No entanto, durante a maior parte do tempo em que a abadessa permaneceu na abadia, a comunidade ainda se guiava por dogmas provenientes do cristianismo celta, o qual era praticado por devotos monges e freiras.

Só em 664 d.C., após se ter realizado o Concílio de Whitby, foi então decretado que a abadia passaria a adotar os ensinamentos da Igreja Católica Romana e assim se manteve até ao século IX, quando, na sequência de várias invasões por parte de vikings oriundos da Dinamarca, ficou parcialmente destruída e deixada ao abandono durante mais de 200 anos 1.

No século XI, graças ao incentivo de um soldado que se tornara monge, Reinfried, e ao apoio e às doações da família de Percy, a abadia de Whitby pôde finalmente ser reconstruída, alojando durante os séculos vindouros uma comunidade religiosa pertencente à ordem fundada por S. Bento, ou seja, a ordem dos beneditinos. Os monges viviam num regime de pobreza voluntária e castidade absoluta, dedicando o seu tempo somente a variados trabalhos manuais e às orações.

Em 1539, no seguimento da famosa reforma de Henrique VIII (1491-1547), designada Anglicanismo, a ordem beneditina foi dissolvida e a abadia voltou a experienciar o dano e o abandono.

Mais recentemente, os eventos das duas guerras mundiais também contribuíram para danificar ainda mais a abadia, a qual, nos dias de hoje, se encontra sob os cuidados do Património Cultural Inglês.

Como referido anteriormente, uma das principais razões pelas quais a abadia de Whitby obteve tamanha notoriedade deve-se tanto ao facto de o conceituado escritor Bram Stoker ter criado o mito do Drácula aquando da sua visita a Whitby, pois fora na biblioteca desta pequena cidade que pesquisara sobre a história de Vlad Tepes, ou Vlad, o Impalador (1431-1476), como também às alusões que o autor faz a Whitby nas páginas da sua obra de ficção. Uma das partes mais famosas é, sem dúvida, quando Stoker refere que Drácula, ao chegar a Whitby, se transforma num cão preto e enorme para, assim, poder subir mais facilmente os 199 degraus da colina em direção à abadia e, então, esconder-se.

A lenda do Drácula contribui, neste sentido, para que milhares de pessoas visitem a abadia e a própria cidade de Whitby ainda presenteia aqueles que surtem interesse ou admiração pelo pai de todos os vampiros, pelo oculto e pelo medievalismo, visto que acolhe duas vezes por ano um festival gótico.

1 A título de curiosidade, diz-se que a cidade de Whitby deve o seu nome atual aos vikings, na medida em que estes tinham o hábito de acrescentar o sufixo -by aos nomes das cidades que conquistavam.

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