Maomé

Maomé é o nome pelo qual é conhecido Abū al-Qāsim Muḥammad ibn ʿAbd Allāh ibn ʿAbd al-Muṭṭalib ibn Hāshim, e refere-se ao fundador do Islamismo (…)

Maomé, fundador do Islamismo

Maomé é o nome pelo qual é conhecido Abū al-Qāsim Muḥammad ibn ʿAbd Allāh ibn ʿAbd al-Muṭṭalib ibn Hāshim, e refere-se ao fundador do Islamismo. Pensa-se que ele nasceu em Meca (sendo a data que lhe é atribuída como nascimento 6 de Abril de 570 DC), e morreu em Medina a 8 de Junho de 632 DC. O seu pai Abdalá morreu antes de Maomé nascer, e a sua mãe Amina, morreu quando Maomé (ou Mahomed), tinha apenas 6 anos, de modo que Maomé era um órfão. Ele pertencia ao clã dos hachemitas, que estava integrado na tribo dos coraixitas. Aquando da morte da sua mãe, ele foi viver com o seu avô paterno Abd al-Mutalib, e com os seus tios, entre os quais Abbas e Hamza que tinham idades semelhantes a Maomé em vista do casamento tardio do avô. Abd al-Mutalib ocupava em Meca o importante cargo de siqáya (serviço de distribuição pelos peregrinos da água sagrada do poço de Zamzam). Dois anos depois, quando Maomé tinha cerca de oito anos, o seu avô faleceu e este foi viver com o seu tio Abu Talib, chefe do clã hachemita.

Durante a sua vida ele sempre questionou as práticas religiosas dos seus dias e rixas políticas nas quais essas redundavam. Tinha aversão ao modo de adoração árabe da época, que incluía politeísmo, práticas animistas, e depravassões sexuais, bebedeiras, jogatina e sepultamentos de bebés do sexo feminino ainda vivos.

A sua chamada para profeta ocorreu por volta dos 40 anos de idade. Essa chamada para ser profeta teve repercussões religiosas, com a fundação do islamismo, mas também repercussões políticas, visto que acabou por unir as tribos arábicas. Ele afirmou ser descendente ismaelita de Abraão.

A sua chamada para profeta ocorre visto que ele tinha o hábito de ir sozinho para uma caverna próxima, caverna chamada de Gar Hira, para meditação. Numa destas ocasiões ele foi visitado pelo anjo Gabriel, que de vários modos o obrigou a recitar em nome de Alá. Ao conjunto de revelações que Maomé teve chama-se de Alcorão.

Mas, Maomé era analfabeto. Portanto, não foi ele que anotou por escrito as revelações incluídas no Alcorão. Ele repetia oralmente aquilo que ouvia da parte do anjo, e ditava aos que estivessem próximos. A primeira revelação que ele recebeu, de acordo com os peritos foram os primeiros cinco versículos da surata 96, conhecida como Al´Alac:

“Em nome de Deus [Alá], Clemente, Misericordioso.
Lê em nome de teu Senhor que (tudo) criou;
Criou o homem de um coágulo.
Lê que teu Senhor é generoso,
Que ensinou o uso do cálamo
Ensinou ao homem o que este não sabia.”

Em arábico:

  1. اقْرَأْ بِاسْمِ رَبِّكَ الَّذِي خَلَقَ

  2. خَلَقَ الإِنسَانَ مِنْ عَلَقٍ

  3. اقْرَأْ وَرَبُّكَ الأَكْرَمُ

  4. الَّذِي عَلَّمَ بِالْقَلَمِ

  5. عَلَّمَ الإِنسَانَ مَا لَمْ يَعْلَمْ

 

Acredita-se que as revelações ocorrem num período de 20 a 23 anos, sensivelmente desde 610 DC até a sua morte em 632 DC.

A nova fé de Maomé sofreu rejeição, inclusive por parte da sua própria tribo. Após cerca de 13 anos de intensa perseguição e ódio, Maomé mudou-se para o norte, em Iatrib, que passou a ser conhecida como Al-Madinah (ou Medina). Esta emigração, ou hégira, que ocorre em 622 EC, é um marco importante na história islâmica e é o ponto de partida do calendário islâmico.

Mais tarde, em Janeiro de 630 DC (ou 8 AH de acordo com o calendário islâmico), Maomé obteve o domínio sobre Meca que capitulou diante dele, e ele tornou-se o seu governador. Com o controlo secular e religioso da cidade, ele por fim conseguiu varrer as imagens da Caaba e estabeleceu a Caaba como ponto principal da peregrinação a Meca, tradição que continua até a época contemporânea.

Maomé, antes da sua chamada como profeta era um pastor. No entanto, ele também acompanhava o seu tio a algumas expedições comerciais até a Síria. De acordo com relatos muçulmanos, ele junto com o seu tio foi abordado por um eremita cristão perto de Bosra, que era chamado Bahira e que predisse que Maomé era o enviado aguardado. Talvez esse tenha sido um facto que contribuiu para Maomé achar que era um profeta.

Outro momento importante na sua vida, foi o seu casamento com uma viúva rica de 40 anos, quando ele tinha apenas 25 anos. Cadija ficou impressionada pela sua honestidade nos negócios que propôs o casamento com Maomé. Foi importante de várias maneiras para Maomé. Visto que ele não tinha herança da parte dos seus pais, pois era menor á altura da morte de ambos, portanto, não herdou nada, segundo o costume da época, foi nesta altura que a sua condição social mudou para melhor. Além disso, a sua esposa praticava uma forma de cristianismo que divergiam do cristianismo por rejeitar alguns dogmas, é segundo alguns peritos a base do cristianismo. Deste casamento ele teve seis filhos. Quatro mulheres e dois meninos, que faleceram ainda na sua infância, deixando Maomé sem um sucessor masculino que posteriormente geraria uma divisão entre islamitas. As suas filhas chamavam-se Zainab, Ruqayyah, Umm Kukthum e Fátima).

Depois da morte da sua esposa, Maomé ainda entrou em 15 outros casamentos, a maioria deles de origem política. A maioria eram também viúvas de companheiros de Maomé. Os casamentos serviam para unir outras tribos e facções e aumentar a sua autoridade sobre as tribos e cimentar alianças. De referir no entanto, que uma das suas esposas não era viúva. O seu nome era Aicha, a sua segunda esposa. Na altura do seu noivado ela tinha apenas seis anos, e 14 anos por altura do seu casamento. No entanto, a consumação do casamento ocorreu aos 16 anos.

Ele morreu aos 62 anos, um ano após a sua última palestra aos seus seguidores, conhecido como o grande sermão.

Até hoje, ele é considerado o maior profeta para os muçulmanos, e apesar de ser apenas um humano, tem um estatuto quase que divino entre os seus seguidores.

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