O Novo Jornalismo é uma mudança paradigmática do jornalismo, no qual o jornalista, a partir dos finais do séc. XIX, tornou-se mais noticioso e factual.
Contexto do Novo Jornalismo
No final do século XIX, surgiu nos Estados Unidos da América uma segunda geração de imprensa popular, uma vez que os jornais, à época, tornaram-se bastante acessíveis perante uma sociedade cada vez mais alfabetizada, com um custo de um só penny. Dadas as circunstâncias, os mesmos passaram a dirigir-se a um público-alvo mais abrangente, em detrimento da elite. O próprio propósito mudou, passando a ter como objetivo principal o comércio e venda de jornais, com a inclusão da publicidade.
Nesse contexto, o jornalismo adotou um estilo diferente, marcado por informações mais noticiosas, factuais, embora caíssem ocasionalmente no sensacionalismo. Outras mudanças desta época foram uma maior e melhorada seleção e síntese da informação, auxiliada a uma linguagem mais factual, que transmitidas ao longo de geração contribuíram para a criação daquilo que, hoje em dia, se apelida de Novo Jornalismo.
O que é o Novo Jornalismo?
O Novo Jornalismo é uma mudança paradigmática histórica da noção de jornalismo e do papel do jornalista. Seguindo o contexto anterior, os jornais e a informação passaram a ser mais factuais, noticiosos, com algum cariz sensacionalista, uma vez que passavam a abranger um público-alvo mais abrangente e tinham preocupações comerciais. A linguagem teve de mudar, tornar-se mais fácil, mas ao mesmo tempo servindo de exemplo de boa escrita, com preocupações gramaticais e mais assertiva.
Com isto, e essencialmente com a criação da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia (Nova Iorque), por parte de Joseph Pulitzer em 1912, os mesmos que atribuem hoje em dia os prémios Pulitzer, uma espécie de distinções mundiais dos jornalistas das diversas áreas e cujo nome é uma homenagem ao mesmo Joseph Pulitzer, editor e escrito húngaro que, aquando a sua morte em 1911, deixou uma grande herança à Universidade de Columbia com o intuito desta criar um curso universitário, com estatuto de mestrado; os jornalistas, que na Europa tiveram a primeira cátedra em 1916 na Universidade de Leipzig, ganharam um novo estatuto: deixaram de ser equiparados a tipógrafos, passando a adquirir um maior status social.
Além de uma linguagem concisa, acessível, clara, direta, simples e precisa, Pulitzer introduziu no sei jornal (The World) um grafismo inovador e as atuais manchetes, títulos vistosos e com letras grandes, normalmente associadas a imagens marcantes e com uma bonita conjugação de grafismo. Pulitzer também procurou dar atenção aos escândalos e à corrupção, bem como ao compadrio – primeiro jornalismo de investigação).
Outras das questões deste Novo Jornalismo, imposto de certa forma por Pulitzer, foi a abordagem das histórias pelo ângulo do interesse humano e a publicação de ilustrações e fotografias, com o intuito de aumentar a conexão dos leitores.
No mesmo sentido, houve o lado extremista de William Hearst que, no seu New York Journal (1883-1901), chegou inclusive a inventar histórias. Consta-se que o mesmo terá inventado notícias com o intuito de incentar uma guerra entra os Estados Unidos da América e a Espanha, supostamente devido a uma revolução na zona de Cuba.
Porém, tal como Pulitzer, Hearst terá enviado repórteres para todo o mundo, como enviados especiais, procurando mais informação internacional e estabelecendo como principal foco as imagens, mais atrativas do que a escrita.
Segundo Novo Jornalismo
Posteriormente, nos anos 50 o jornalismo sofreu nova alteração de paradigma, apelida Segundo Novo Jornalismo, tornando-se mais subjetivo, procurando dar a opinião sob a forma pessoal “Foi assim que eu interpretei”, levando a criação do jornalismo analítico, jornalismo informativo de criação. Os seus principais mentores ou criadores são Thomas Wolfe e Truman Capote. Foi nesta altura que se recuperou, também, o jornalismo de investigação.
References:
SOUSA, J. P. (2006), Elementos de Teoria e Pesquisa de Comunicação e Media. Porto: Universidade Fernando Pessoa