Protagonizado por Charlton Heston, Ben-Hur é um filme de 1959 sobre traição, queda e reconquista, considerado por muitos como um dos melhores de sempre.
Ben-Hur: Enredo e contexto
Baseado no livro Ben-Hur: A Tale of Christ (“Ben-Hur: Uma História de Cristo”, em português), escrito por Lew Wallace e publicado em 1888, Ben-Hur conta a história de uma personagem fictícia, Judah Ben-Hur, contemporâneo de Jesus Cristo. Jovem rico, príncipe/aristocrata de Jerusalém, Ben-Hur acredita no poder de Roma mas, traído por aqueles que considerava próximos, acaba por ser castigado pelo novo governador da Judeia e seu amigo de infância, Messala, sendo obrigado a servir três anos como escravo, enquanto a sua mãe e irmã são exiladas para um campo de leprosos, desenvolvendo a doença mais tarde.
Durante o tempo como escravo, acaba por haver um acidente e ele torna-se cidadão romano, após salvar Quintus Arrius, que o aperfilha.
Na sua jornada de vingança e reconquista do prestígio que outrora tinha, ele cruza-se com Jesus Cristo, com o Rei Mago Baltazar e com Pôncio Pilatos, antes de se vingar finalmente, numa corrida de bigas, do seu amigo de infância Messala, altura em que Ben-Hur se arrepende, rendendo-se ao cristianismo e à noção de perdão.
Apesar de já anteriormente adaptado (1907 e 1925) e posteriormente também (em 2010 numa mini-série e em 2016, esta com o reputado ator Morgan Freeman), o filme mais célebre é a versão de 1959.
Já o livro, como dito anteriormente, contém bastantes parecenças com o famoso Conde Monte Cristo, escrito por Alexandre Dumas, finalizado em 1944 e cuja publicação foi dividida em três partes com a última a ser lançada em 1946, no entanto exultando o valor do perdão em detrimento da vingança.
Apreciação crítica
Cotado no 191º lugar dos melhores filmes do IMDB (Internet Movie Database), com 8.1 pontos em 10 possíveis e com uma nota de 90 em 100 no Metascore (ambos reconhecidos sítios online reputados pela sua análise a filmes), Ben-Hur venceu também três Globos de Ouro (Melhor filme de Drama, Melhor Realizador – William Wyler e melhor ator secundário – Stephen Boyd) e conquistou uns incríveis 11 Óscares em 12 nomeações possíveis, incluindo Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Ator, Melhor Ator Secundário e Melhor Fotografia, estabelecendo um novo recorde que só foi igualado duas vezes: por Titanic em 1997 e por Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei em 2003.
Importância Internacional
Numa análise da RTP, a Rádio e Televisão nacional portuguesa, esta considerou Ben-Hur um marco histórico, o limiar de uma década de super-produções, que entraria em declínio nos anos vindouros. Indiscutivelmente, Ben-Hur é um marco-histórico que inspirou outros filmes do género, vencedores do Óscar de Melhor Filme, como Braveheart (1995) e Gladiador (2000).
“Ben-Hur foi o grande acontecimento de 1959, tendo arrebatado 11 Óscares da Academia de Hollywood, incluindo os de Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Actor, neste caso consagrando Charlton Heston como o herói por excelência dos grandes dramas históricos. Estrondoso êxito de bilheteira, Ben-Hur foi uma das últimas superproduções do cinema americano no limiar de uma década que iria pôr em causa este tipo de cinema. Trata-se, pois, de um épico grandioso e espetacular sobre a agitada e emocionante vida de um príncipe hebreu que, devido a inesperadas circunstâncias, se torna escravo, nobre romano aclamado herói das corridas de quadrigas, entre Jerusalém e Roma, e cujo destino se cruza, por mais de uma vez, com o de Jesus Cristo. William Wyler, dispondo de um orçamento fantástico, que quase levou a MGM à falência, assinou um filme admirável, pela sua dimensão aventureira, romântica, mística e heroica, que continua hoje, quarenta anos depois, a impressionar pela sua grandiosidade espetacular e pela sua comovente dimensão humana, que será sempre marcado por essa sequência de antologia da portentosa corrida de quadrigas.”, pode-se ler no sítio da RTP.