Dedicada ao filho do músico compositor, que morreu a 20 de março de 1991, Tears in Heaven é uma canção de Eric Clapton, incluída na banda-sonora do filme Rush em 1992 e consagrada pela revista Rolling Stone como uma das melhores de sempre.
Composição
No ano da morte do seu filho de cinco anos, Conor, que caiu de uma janela aberta no 53º andar de um prédio em Nova Iorque, Eric Clapton estava a compor juntamente com Will Jennings (conhecido escritor de bandas sonoras para filmes, como “My Heart Will Go On” de Celine Dion para a longa-metragem Titanic ou “Up Were we Belong”, tocada em Oficial e Cavalheiro e posteriormente adaptada para o Moulin Rouge) uma música, “Help me Up”, para a banda sonora do filme Rush – Uma viagem ao Inferno.
No entanto, após o falecimento do filho, Clapton pediu a Jennings para colocar no filme, mais precisamente no ato final, uma música dedicada a Conor. Relutantemente, o conhecido escritor aceitou. Mas quando os dois terminaram a gravação, Eric Clapton mostrou-se inseguro sobre a mesma, receando que não tivesse qualquer tipo de impacto.
Após conversar com a realizadora do filme, Lili Zanuck, esta convenceu-o a introduzir a nova música no reportório do filme: “O argumento dela foi que, de alguma maneira, eu poderia ajudar alguém que tivesse sofrido o mesmo e isso fez-me mudar de ideias”, admitiu Clapton numa entrevista à revista online SongFacts.
Na mesma entrevista, Eric admitiu que foi influenciado pela música “Many Rivers to Cross” do músico Jimmy Cliffer.
“Durante anos procurei adaptar a música do Jimmy Cliffer, «Many Rivers to Cross», e progredir o solo dele, mas essencialmente o meu objetivo era responder à pergunta que colocava há anos, desde que o meu avô morreu – será que nos vamos encontrar novamente?”, explicou.
Receção da Música
Segundo Jennings, coautor da música, ninguém no estúdio antecipava o sucesso da música. Porém, a mesma não só atingiu o segundo lugar da revista especialista na área Billboard Hot 100, como, 1993, venceu três grammys – de melhor canção do ano, melhor single gravado e melhor performance vocal masculina – num ano em que Eric Clapton obteve nove nomeações, vencendo seis galardões. Além disso, no mesmo ano, ainda venceu o melhor videoclipe do ano, para a MTV Music Awards.
Já no ano anterior, a música foi gravada no reputado MTV Unpluged, numa versão acústica e gravada ao vivo. O single foi lançado no mesmo ano, no lado B do disco, juntamente com outra das canções de maior sucesso de Clapton – Layla.
Em 2004, a revista norte-americana, Rolling Stone, considerou-a com a 362ª melhor música de sempre no especial “500 melhores músicas de sempre”.
Já em 2018, a música de Clapton foi a escolhida por Marren Morris, Eric Church e os Osborne Brothers para homenagear, em plena cerimónia dos Grammys, as vítimas do atentado de Manchester, que ocorreu logo após um concerto de Ariana Grande, e do tiroteio de Las Vegas.
Eric Clapton sobre a música
Ao longo dos anos, o compositor considerou “Tears in Heaven” como a melhor música que havia composto, quer por razões sentimentais, quer instrumentais. Porém, a partir de março de 2004, o cantor parou de tocar em concertos, tanto “Tears in Heaven” como “My Father’s Eyes”. Eric Clapton alegou que, desde o Tour no Japão, no final de 2003, ele havia parado de sentir aquilo que o havia levado a compor a música e, portanto, não faria sentido continuar a tocá-la.
“Eu já não sentia a perda, que é uma parte fundamental de tocar este tipo de músicas. Eu realmente preciso conectar-me novamente com as razões que me levaram a escrevê-las. Os sentimentos meio que desapareceram e eu quero, verdadeiramente, que eles regressem. A minha vida mudou, é diferente agora. Provavelmente, essas músicas precisam unicamente de um descanso e, talvez, eu as reintroduza com uma perspetiva diferente”, explicou Clapton à SongFacts.
References:
Tears in Heaven, Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tears_in_Heaven. Consultado em 30/04/2018
Tears in Heaven by Eric Clapton, Songfacts. Disponível em: http://www.songfacts.com/detail.php?id=1274. Consultado em 30/04/2018