Constituição da concertina
A concertina é um pequeno instrumento musical com foles, semelhantes aos do acordeão, mas com extremidades hexagonais ou rectangulares, e botões (“no lugar” do teclado do acordeão). Os foles são abertos e fechados pelas mãos, e a pressão causada coloca as palhetas metálicas (também constituintes do instrumento) em vibração quando estas são seleccionadas pela acção dos botões premidos pelos dedos do executante.
Dependendo da fabricação, a concertina pode emitir sons diferentes, quando o fole é comprimido (concertina alemã), ou iguais, independentemente da direcção em que o fole é movimentado (concertina inglesa). Estes sistemas de fabricação remontam à origem do próprio instrumento.
Origem e desenvolvimento
O instrumento foi desenvolvido na Inglaterra e na Alemanha, embora de forma independente. Na Inglaterra, surgiu pelas mãos de Charles Wheatstone, em 1829, e o primeiro a tocá-lo num concerto público foi Giulio Regondi, que viveu em Inglaterra a partir de 1831, tendo feito digressões pela Europa como seu intérprete em 1846. A versão alemã da concertina surgiu cinco anos depois da inglesa, 1834, tendo sido desenvolvida por Friedrich Uhlig.
A concertina gozou de grande popularidade no século XIX, tanto na música clássica, como na música tradicional ou popular; no entanto, com o virar do século, começou a “ser substituída” pelo acordeão e pela produção de instrumentos em massa como o piano. Não obstante, o instrumento subsistiu, especialmente na música tradicional, em várias regiões do globo, sendo comum, por exemplo na música tradicional irlandesa, inglesa, sul-africana, portuguesa, brasileira (trazida pelos emigrantes alemães) e mesmo no tango ou na polca.
References:
Concertina. Em https://en.wikipedia.org/wiki/Concertina
Dourado, H.A. (2004). Dicionário de termos e expressões da música. Editora 34
Kennedy, M. (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações Dom Quixote