O que é a um argumento cosmológico
Um argumento cosmológico (também designado por Argumento de Primeira Causa) é um argumento que parte de uma característica particular do mundo para concluir que Deus existe, pois apenas a existência de Deus pode explicar essa mesma característica. Na vida quotidiana, consegue-se encontrar uma causa para cada acontecimento e simultaneamente uma causa para cada causa que levou ao acontecimento; contudo, este raciocínio levaria uma uma série infinita de causas que originam causas, o que parece algo impossível, nunca se chegando a uma causa primeira; é neste contexto que surge o argumento cosmológico, que conclui que a primeira causa apenas pode ser Deus.
Um bom exemplo de um argumento cosmológico é o de São Tomás de Aquino sobre a existência de Deus: para provar que Deus existe, São Tomás de Aquino parte de premissa à posteriori de que tudo tem uma causa para concluir que existe um ser (Deus) que é a causa de tudo. Este argumento de São Tomás de Aquino é contudo um desenvolvimento de um outro argumento cosmológico muito mais antigo defendido por Platão e depois por Aristóteles para a existência do Universo. Segundo estes filósofos gregos, se alguém recuasse no tempo o suficiente, poderia descobrir uma primeira causa, tendo defendido que esta primeira causa foi o criador do universo. O ‘Argumento Cosmológico Kalam’, assente num raciocínio semelhante, e desenvolvido por filósofos muçulmanos na Idade Média e ainda hoje aceite pelo Islão e de forma semelhante pelas religiões monoteístas, é outro bom exemplo da utilidade deste argumento para ajudar a defender a posição filosófica dos teístas.
Premissas do Argumento Cosmológico
Segundo William Lane Craig, filósofo e teólogo cristão, e um dos grandes defensores do Argumento Cosmológico da atualidade, afirma que este é construído sobre as seguintes três premissas, nomeadamente:
- Tudo que começa a existir tem uma causa para sua existência.
- O universo começou a existir.
- Portanto, o universo tem uma causa da sua existência.
O primeiro argumento afirma que não é possível a existência de um infinito real, pois a existência de tal infinito levaria a absurdos. O segundo argumento afirma que o universo não é um infinito real – apesar de poder ser adicionados sempre elementos à sua história (o que significa que é um infinito potencial), nunca poderá ser um infinito real. À luz dos conhecimentos científicos atuais, e de acordo com a Teoria do Big Bang, o Universo terá tido um começo há cerca de 14 ou 15 mil milhões de anos. A diferença é que o argumento cosmológico utiliza uma abordagem filosófica ao conceito de infinito para demonstrar que o universo terá tido um começo.
Juntando estas duas premissas, a conclusão é a de que o Universo tem necessariamente uma causa, e essa causa apenas poderá ser Deus, o Criador.